Durante muitos anos ouvimos que o gás de Urucu seria a redenção do Amazonas. Com ele a energia ia ser barata, os ônibus e taxis rodariam à gás e as tarifas caíram bastante, as indústrias usariam o gás, enfim, tudo seria bem melhor.
A PETROBRÁS dona do gás de Urucu orçou o gasoduto Coari-Manaus em dois bilhões de reais, mas no final a obra saiu por quatro bilhões e meio.
A distribuição do gás originariamente, de acordo com o artigo 25, § 2º, da Constituição Federal era monopólio dos Estados que poderiam explorar diretamente ou dar concessão, mas nesse caso somente à empresa estatal. Em 1995, foi dada nova redação ao parágrafo e foi retirada a obrigatoriedade de no caso de concessão ser à empresa estatal.
No caso do Amazonas foi criada uma empresa estatal, a CIGÁS, que todos pensam que é nossa. No entanto, não é.
Vejam como as coisas aconteceram.
O Governo do estado pediu autorização e a Assembléia legislativa deu no apagar das luzes do ano de 2002, final de governo para vender 100% das ações preferenciais e 49% das ações ordinárias, o que no computo geral significou passar para as mãos da iniciativa privada 83% das ações da empresa.
Quem comprou foi a Manausgás, empresa pertencente ao baiano Carlos Suarez, o famoso “S” da OAS, construtora baiana ligada ao falecido Senador Antonio Carlos Magalhães. Pagou pelos 83% da CIGÁS apenas DOIS MILHÕES E QUINHENTOS MIL REAIS.
Esse assunto não freqüentou o noticiário dos jornais, nunca ficou muito claro o que havia acontecido. E a partir de 2003 apareceram alguns defensores ardorosos do gasoduto Coari-Manaus. Virou bandeira de campanhas e a PETROBRÁS fez a obra. As obras em Manaus deram uma dor de cabeça enorme ao manauara gerando muitos buracos e grandes engarrafamentos. Demorou muito, saiu bem mais caro do que era previsto, mas finalmente ficou pronto.
E aí começaram as surpresas.
A primeira, a conta da energia não vai baixar. A segunda, não vai ter gás para os ônibus, apenas para alguns poucos taxis (100). A terceira, nem todas as geradoras vão ser convertidas a gás. Ou seja, a vida do manauara não vai melhorar com o gasoduto.
Agora, a grande surpresa mesmo é que o valor do contrato da CIGÁS com a ELETROBRÁS por trinta anos ascendem a quantia de TRINTA BILHÕES DE REAIS e a remuneração da CIGÁS é de 3,5%. Ou seja, UM BILHÃO E CINQUENTA MILHÕES DE REAIS, que divididos por 30 anos, resulta em TRINTA E CINCO MILHÕES ao ano. Como a baiana Manausgás tem 83% desse valor ela ficará com VINTE E NOVE MILHÕES ao ano.
Que negócio o Governo do Amazonas fez: Recebeu DOIS MILHÕES E MEIO e com esse valor o baiano vai ganhar VINTE E NOVE MILHÕES ao ano, durante TRINTA ANOS.
Ou melhor, que negócio da China o baiano fez. Ele ganhou e nós, o Amazonas, perdemos.
Assusta-me que isso não cause nenhuma indignação em ninguém, nem tenha despertado nas instituições encarregadas da defesa do interesse público qualquer sentimento, já que estavam, estão e pelo visto continuarão inertes, caladinhas, sem dizer nem “ai”.
O jornal “A CRÍTICA” de hoje prestou um relevante serviço à sociedade levantando a ponta do tapete, sob o qual tem muita coisa escondida.
Agora, não dá para algumas instituições continuarem dizendo: “eu não sabia”. Elas já sabem, vamos aguardar um pouco para ver o que elas fazem.
Não creio na informação de que o Governo do Estado prepara-se para vender os 17% que lhes resta na empresa.
O grande problema é a falta de principios,ética,honestidade,honra,moral,amor ao proximo,amor a Deus que entregou seu filho Jesus Cristos e finalmente cuidado com as almas desses miseraveis que vão ser devorados por Satanás,Lucifer, o Demônio e sabe lá o quê mais porque esse dinheiro sujo não compra o Amor de Jesus…
Eu quero que Santa Luzia me cegue se Carlos Suarez não for um pseudônimo usado pelo CAETANO VELOSO.
Exatamente. Concordo e espero que isso venha a público, como a ineficiência municipal e estadual nos últimos 8 anos, o uso criminoso e irresponsável da pedofilia como material eleitoral e a doação de terras e servidores à igreja.
Serafim, o melhor prefeito de todos os tempos de Manaus.