NAS CELEBRAÇÕES de mais um 1º de Maio, participei de duas atividades que ilustram bem o potencial que o Brasil tem no setor produtivo e no mercado de trabalho.
Primeiro, estive na usina Santo Antônio, em Sertãozinho (SP), que produz álcool e açúcar de forma sustentável e fabrica produtos orgânicos, gerando empregos verdes e sendo exemplo de sustentabilidade no campo.
Depois, participei do ato público unificado, com a União Geral dos Trabalhadores (UGT), a Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) e Nova Central Sindical dos Trabalhadores (NCST), em São Paulo.
Celebramos os 70 anos de criação do salário mínimo e discutimos as principais reivindicações dos trabalhadores, como a redução da jornada de trabalho, a ratificação da Convenção 158 e o fim do fator previdenciário.
Precisamos continuar a nos desenvolver econômica e socialmente, mas teremos que agregar o imperativo ético de que só é possível fazê-lo com respeito aos direitos dos trabalhadores e à preservação do meio ambiente.
No início do século passado, ficou claro: o desenvolvimento não poderia se dar com o sacrifício de trabalhadores em turnos que chegavam a 16 horas por dia. No fim do século 20, ficou também evidente que a prosperidade não pode se dar à custa da destruição do ambiente, essencial à própria subsistência da vida.
Condições melhores de trabalho vieram após um longo processo histórico, com muitas lutas, derrotas e vitórias, conquistadas com a ajuda dos sindicatos. Do mesmo jeito tem caminhado o socioambientalismo, em todas suas formas.
O sindicalista Chico Mendes foi o pioneiro e é o nosso melhor exemplo. Na luta pelos direitos dos seringueiros e pela preservação da floresta, ele percebeu, como poucos, que o respeito aos trabalhadores e o desenvolvimento sustentável caminham juntos: estão igualmente fundados em princípios de justiça, cujo fim é qualidade de vida para todos, com reflexos positivos para a produtividade.
A crise ambiental pela qual passamos hoje, com as mudanças climáticas globais, estão relacionadas diretamente ao modelo de desenvolvimento atual. Nessa realidade, os diversos setores econômicos urbanos e rurais têm um papel fundamental. Se hoje são parte do problema, podem avançar para ser parte da solução.
A construção dessa nova economia verde, entretanto, baseada nos princípios do trabalho digno, no comércio justo, no respeito ao meio ambiente, vai depender das escolhas e do esforço comum da sociedade, particularmente da visão antecipatória das lideranças, dos trabalhadores, dos empresários e dos governos.
Sarafa, tô com tigo e não abro. Juntos ao Governo do Estado em 2011.