O governo não deve anunciar a nova meta fiscal para 2017 e para 2018 antes de 4ª feira (16.ago.2017). Assim como hoje, esta 3ª feira (15.ago) deve ser de muitas reuniões, mas uma definição é pouco provável.
A divulgação vem sendo adiada desde 5ª feira da semana passada (10.ago). A equipe econômica tem dificuldade em precisar a arrecadação que terá até o final do ano.
O cenário mais provável é de que o deficit seja elevado de R$ 139 bilhões para pelo menos R$ 159 bilhões neste ano. A meta de 2018 deve subir de R$ 129 bilhões também para R$ 159 bilhões.
Até a semana passada, o governo tentava evitar que o deficit aumentasse R$ 20 bilhões. Agora, já está claro que os R$ 159 bilhões são uma espécie de piso. Como a área política tenta puxar a cifra para cima, há risco real de a cifra aumentar.
Em reuniões, o ministro Henrique Meirelles (Fazenda) tem dito que é preciso fixar uma meta para ser realmente cumprida até o final deste ano e em 2018. O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), engrossou o coro. Afirmou que a meta precisa ser revisada no limite do necessário. “Se não organizarmos as contas públicas de uma vez, cada vez será mais difícil fechar as contas do governo. Se cada vez tem 1 jeitinho, se cada vez aumenta a meta mais do que precisa, acaba gerando 1 aumento de gasto”, disse.
O principal entrave é a arrecadação do 2º semestre. O governo tem dificuldades para estimar a receita até dezembro. O valor depende de medidas como o Refis, programa para perdão de dívidas que tramita no Congresso. Dependendo do texto aprovado, o fisco pode recolher entre R$ 500 milhões e R$ 13 bilhões.
Os ministros Meirelles e Dyogo Oliveira (Planejamento) tiveram uma série de reuniões sobre a nova meta fiscal ao longo desta 2ª feira (14.ago). Conversaram com o presidente Michel Temer no início da tarde.