Um dos objetivos de médio prazo é chegarmos a 2022 como a 5ª maior economia do mundo. Os avanços do Governo Lula fazem parte do esforço para chegarmos a esse patamar de desenvolvimento, assim como a erradicação da pobreza extrema ao final do Governo Dilma Rousseff.
De fato, na ordem internacional multipolar que se redesenha, o Brasil terá um papel importante, ao lado de China, Índia, Rússia, Indonésia e Coreia do Sul. Essa perspectiva consta dos cenários que o Banco Mundial traçou em seu relatório “Horizontes do Desenvolvimento Mundial 2011 — Multipolaridade: a Nova Economia Mundial”.
Há consenso sobre a importância de avançar na Educação. Para se consolidar, diz o estudo, o Brasil precisa “reduzir as lacunas educacionais e garantir acesso à educação”.
Para o banco, as seis nações emergentes responderão por mais da metade do crescimento global nos próximos 14 anos, deslocando o eixo da economia e redistribuindo os papeis decisórios. O Governo Lula sempre trabalhou a política externa com essa perspectiva.
Mas é imprescindível reconhecer que, sem fazer da Educação instrumento do desenvolvimento nacional, estimulando a adaptação tecnológica doméstica, a capacidade de inovação e a geração de conhecimento, a partir da universalização e da qualificação da oferta pública educacional, não daremos conta de tamanhos desafios.
Trata-se de uma obrigação do Estado e um compromisso histórico do PT, presente nos pilares erguidos com Lula, de criação do ProUni, reformulação do Enem, construção de 14 universidades, 140 escolas técnicas, fixação do piso nacional para professores e unificação do processo seletivo universitário pelo Sisu (Sistema de Seleção Unificada), além da presença federal no Fundeb.
A Educação faz parte também do esforço do Governo Dilma, que foca crianças e adolescentes na definição das políticas públicas: construção de 6.000 creches e 10 mil quadras poliesportivas até 2014; lançamento do Programa Nacional de Combate ao Crack; e Pronatec, que vai combater o desemprego e formar mão de obra qualificada para comércio, empresas e indústrias.
O Ministério da Educação avalia que é preciso investir na próxima década R$ 61 bilhões para que possamos cumprir as 20 metas do novo PNE (Plano Nacional de Educação) até 2020.
São grandes os desafios, que devem ter o apoio de Estados e municípios: criar 4,3 milhões de vagas em creches e pré-escolas, erradicar o analfabetismo, reduzir em 50% da taxa de analfabetismo funcional, criar mais de 5 milhões de matrículas para jovens de 18 a 24 anos na universidade e equiparar o salário médio do professor da rede pública ao de profissionais de outros setores.
Os investimentos em Educação têm como norte ampliar e aprofundar a inclusão social, preparando as novas gerações para atender às exigências de maior qualificação. Sem isso, não conseguiremos ser a 5ª maior economia, nem exercer papel relevante num contexto multipolar. A Educação é, nesse sentido, nosso maior desafio.
José Dirceu, 65, é advogado, ex-ministro da Casa Civil e membro do Diretório Nacional do PT