O deputado estadual Serafim Corrêa (PSB) avaliou na manhã desta terça-feira, 5, que a Petrobras, no atual governo, não possui um plano alternativo ao petróleo, como suas maiores concorrentes estão fazendo ao apostar na diversificação do portfólio para o lado das energias renováveis.
“Temos vivido nos últimos dias a instabilidade na Petrobras. A Petrobras é uma empresa que nasceu da campanha do “Petróleo é Nosso”, em 1954, e que é patrimônio do povo brasileiro. Mas a maneira como ela está sendo tratada nesse governo, que não tem uma política energética clara, que não tem uma política energética de futuro, é muito complicado”, disse Serafim.
Para Serafim, a constante troca de comando e de ameaças de ingerência na empresa por parte do presidente Jair Bolsonaro também contribuem para essa falta de um olhar para o futuro.
“O presidente Bolsonaro tinha um diretor-presidente da Petrobras – Roberto Castelo Branco – claramente um homem competente, preparado e conhecedor das regras do mercado, discordo dele quando manteve essa política da dolarização dos preços do petróleo que é retirado do solo brasileiro, mas ele tocava bem. Aí o presidente resolveu retirá-lo para dar uma demonstração de força e mostrar que quem mandava era ele e nomeou o general Luna e Silva”, relembrou o parlamentar.
“Em um determinado momento ele queria que o general baixasse o preço da gasolina, ainda que artificialmente. O general recusou-se a fazer isso e foi então anunciada sua substituição”.
Na última semana, a instabilidade na Petrobras teve mais um capítulo. Bolsonaro indicou Rodolfo Landim para o cargo de presidente do conselho da Petrobras e Adriano Pires para o cargo de presidente da Petrobras.
“O compliance da Petrobras descobriu que os dois tinham conflitos de interesse, porque de uma forma ou de outra eram ligados a esta figura que o senhor Carlos Soares, figura muito conhecida nossa, pois é dono de 83% das ações da Cigás e impede que o gás entre na vida dos amazonenses. Com a atual Lei do Gás nós conseguimos avançar um pouco, mas precisamos avançar mais e agora está claro para todo o Brasil que o Sr. Carlos Soares prejudicou não só o Amazonas com essa aquisição que ele fez da Cigas na noite de 28 de dezembro de 2002 por R$ 1,5 milhão”, lembrou o deputado.
O parlamentar defendeu que o próximo presidente da Petrobras deve ter um olhar para um futuro e que enxergue a estatal como uma empresa de energia e não apenas exploradora de petróleo.
“Claro que devemos extrair petróleo, porque ele será ainda por muito tempo a base da nossa matriz energética, mas o mundo já está fazendo a transição para os carros elétricos, a energia solar, a energia eólica. E a liderança dessa transição há de ser a Petrobras, esse será um caminho para que evitemos queimadas como as que estamos vendo na Amazônia e que está provocando fenômenos naturais e que antes não aconteciam, como as grandes enchentes e recentemente chuvas completamente acima daquilo que era de se imaginar”, concluiu.