A política para quem a faz com espírito público é massacrante. A luta é desigual e, muitas vezes, movida e orientada por interesses não-republicanos. Opiniões pautadas na lei e no estudo aprofundado dos problemas são fulminadas por argumentos estúpidos de uma maioria que não está preocupada nem mesmo em legitimar suas decisões em fundamentos técnicos.
Não há como negar certo desânimo com decisões como a não aprovação pela Comissão de Constituição e Justiça da ALE da PEC do Voto Aberto e do projeto de lei que obriga a publicação na internet do cronograma das obras do Governo, só pra ficar nesses exemplos.
Há, diante da política atual, um sentimento de frustração que as vezes tenta nos envolver. Nesses momentos, é importante o apoio da população e a leitura que sempre alimenta de força a nossa alma e os nossos ideais.
Na terça dessa semana acordei assim. Desanimado, sem forças. Como era muito cedo, resolvi ler Cecília Meireles.
Aquele dia, que surgia nublado pelo medo de não ter forças pra reagir, transformou-se num dia cheio de expectativas e de esperanças, como se eu estivesse em um teatro e as cortinas do espetáculo se abrissem.
Foram as palavras da poetisa que iluminaram meu dia e abriram a cortina do espetáculo da vida.
Todos os dias estarás refazendo o teu desenho.
Não te fadigues logo. Tens trabalho pra toda a vida.
E nem para o teu sepulcro terás a medida certa.
Somos sempre um pouco menos do que pensávamos.
Raramente um pouco mais.
DESENHO. Cecília Meireles
É Cecília! A hora é de refazer o desenho! Não de fadigar! De recompor, de reafirmar a grandeza do compromisso público que assumi com o povo que represento e de seguir em frente, de braços dados com a população e com os ideais que alimentam a minha alma, na luta por uma nova política e por um novo tempo, tempo de uma vida melhor para todos.
Aos que perguntam se, mesmo com 38 anos, ainda acho que posso mudar o mundo. Respondo. Acho não, eu estou mudando! Isso é trabalho pra toda vida.