Em 2004, numa eleição muito disputada, fui eleito Prefeito de Manaus derrotando o até então sempre vitorioso e nunca derrotado  Amazonino Mendes. Talvez por isso ele nunca me esqueça.

Assumi em 2005 com muitas demandas reprimidas na cidade, tais como corrigir os salários defasados dos professores,  fazer o concurso da saúde, resolver a pendência do abastecimento de água, dar uma solução ao destino final do lixo, fazer obras viárias inadiáveis, implantar o regime próprio de previdência do servidor e enfrentar a sempre crise do transporte coletivo, para citar apenas alguns.

Não olhei um único instante para trás, muito menos tripudiei sobre os vencidos. Ao contrário. Encontrei uma escola municipal no São José que leva o nome de “Armando Mendes”, pai do Amazonino, que estava caindo. Recuperei e mandei convidá-lo para a reinauguração. Ficou muito bonita, mas ele não foi. Mandou o Deodato representá-lo, que cortou a fita e, em seguida, alegando outros compromissos, retirou-se agradecendo em nome dele pelo meu gesto.

Naquele ano, montou um jornal, o CORREIO AMAZONENSE, que todos os dias atacava a minha administração, inclusive publicando inverdades, algumas vezes tentando ridicularizar-me e sem nunca ouvir o outro lado, regra elementar da imprensa que não é marrom.

Vieram as eleições de 2006 e ele e o Sidney Leite disputaram e perderam para a chapa Eduardo Braga e Omar Aziz. Na campanha disparou sua artilharia contra mim, que não era candidato, o que me obrigou a entrar na disputa apoiando Eduardo e Omar. E com certeza ajudei a derrotá-lo.

Em 2008, de novo nós dois fomos para o segundo turno. Ele prometeu o que sabia não ser possível cumprir. Enganou muita gente.  E ao final venceu as eleições.

Respeitei a vontade do povo, cumprimentei-o e coloquei toda a administração à disposição dele para que fosse feita a transição da maneira mais aberta possível. Tivemos uma conversa pessoalmente na sede da Prefeitura, onde relatei todas as dificuldades inerentes ao cargo, o que estava em andamento, os principais litígios pendentes (em especial o do ICMS envolvendo Coari e o Governo do Estado), entreguei-lhe uma cópia da proposta de Orçamento, dizendo-lhe que ele ficasse à vontade que eu faria as alterações que ele solicitasse, pois era ele, e não eu, quem iria governar.

Tão logo assumiu começou a ficar claro que ele tinha dois únicos objetivos: a) – “matar-me” politicamente, me atribuindo a responsabilidade por tudo que acontecia ou não acontecia na cidade, inclusive alardeando que a Prefeitura estava quebrada; b)- preparar o caminho para deixar a Prefeitura e ser candidato ao Governo do Estado, a exemplo do que fez em duas oportunidades anteriores.

Desmontei uma a uma as acusações. Mostrei e demonstrei que a Prefeitura gozava de boa saúde financeira e que suas contas estavam em ordem. O Tribunal de Contas do Estado confirmou através de relatório o que eu disse, mas ele, seguindo a técnica nazista de Joseph Goebbels, segundo a qual uma mentira repetida mil vezes vira verdade, insistiu e insiste em repetir a mentira.

Passaram-se dois anos, ele não cumpriu nenhuma das promessas mirabolantes que fez do tipo “vou fazer 1.000 creches” e o pouco que fez foi concluir obras que deixei em andamento e com dinheiro em caixa para a conclusão. Passou a dar a desculpa de que não teve recursos.

Hoje com a tecnologia e os mecanismos que a Internet disponibiliza fica difícil enganar alguém. É hora de desmontar, então, mais essa mentira. Acessei no site da STN – www.tesouro.fazenda.gov.br – os dados dos dois primeiros anos do meu mandato e do dele, para compará-los. O quadro abaixo diz respeito às RECEITAS CORRENTES LÍQUIDAS e é o seguinte:

Como se vê, ele dispôs a mais do que eu mais de HUM BILHÃO E TREZENTOS MILHÕES DE  REAIS. É isso mesmo:

R$ 1.306.922.795,95

Portanto, não faltou dinheiro. O que faltou foi vontade de trabalhar, competência para gerir, linha de comando, enfim, faltou gestão.

Na semana passada, ao receber a pesquisa que mandou fazer para saber como estava a sua popularidade e que o aponta em 4º lugar na corrida sucessória, ele disse ao seu interlocutor que a Prefeitura de Manaus era “o caixão de qualquer político”.

Desde o dia 1º que a contagem passou a ser regressiva. Já se passou mais da metade do mandato e pelo bem da cidade ele precisa dar uma guinada na sua administração melhorando a gestão, estancando o desperdício, fechando os ralos por onde escoaram tantos recursos.

Não faltou dinheiro. Faltaram outras coisas…