Ao longo da vida, tive a oportunidade de vivenciar muitos “causos” interessantes. Quando passei pela Prefeitura, obviamente que essa lista aumentou.
Atendendo a alguns pedidos,vou começar a dividir com os leitores do Blog, na seção “Casos da vida real“, histórias deliciosas e que nos fazem rir. E rir faz bem.
Pra inaugurar, a de um morador do Cemitério Tarumã. Pode parecer estranho, mas quando cheguei à Prefeitura havia uma pendência, dentre tantas outras, com o Ministério Público.
É que dentro do Cemitério existiam cerca de vinte casas, com vinte famílias. O MP, acertadamente, exigia que a Prefeitura os retirasse de lá. A questão era antiga, vinha sendo empurrada com a barriga e precisava de uma solução.
Fizemos um acordo. A Prefeitura daria um determinado valor a cada um dos moradores, eles procuravam para onde ir e, num determinado dia, todos sairiam e as casas seriam derrubadas.
Foi montada uma operação de guerra. Veículos para transportar moradores e moveis, tratores para fazer a derrubada, garis, procuradores e funcionários da SEMEF para levar os moradores ao banco a fim de receberem os seus valores.
Mal a operação começou, chegaram os programas sensacionalistas de rádio e TV que me faziam oposição. E aquela ladainha: “A Prefeitura está perseguindo os humildes” . “Coitadinhos, eles não têm para onde ir”. Omitiam deliberadamente todo o trabalho que tinha sido feito.
Ao final do dia, com a operação praticamente concluída, fui até o local. Restavam poucos moradores. Vieram agradecer. Tinham ficado satisfeitos com a solução dada. Com o dinheiro que receberam, puderam comprar uma casa em outro local.
Um, porém, reclamou. Disse que poderia continuar morando ali. Que não via razão para aquela ação. Eu expliquei que havia uma ação do MP, mas, sobretudo, não era bom pra ninguém que pessoas morassem no Cemitério.
Ele contestou. Disse que morar ali era muito bom. Não tinha nenhum problema com violência, vizinhos barulhentos etc. Aliás, disse ele:
Pra não dizer que não tem, tem um, sim senhor. É que quando eu vou comprar a crédito lá na ESPLANADA, perguntam o meu endereço e eu digo, aí as mulheres ficam rindo de mim.
Sarafa,
Existem mesmo lugares inusitados para se viver. O cemitério do Tarumã, certamente, é um desses lugares. Outro sítio bem interessante é a favela do Vidigal no Rio de Janeiro. Morar numa favela pode parecer horrível, mas, apesar dos inúmeros problemas enfrentados pelos moradores diariamente, essa favela tem uma vista maravilhosa e uma localização fantástica, pois, está de frente para o mar, entre os bairros Leblon e São Conrado, dois dos mais nobres endereços do Rio de Janeiro. Acho que o prefeito Eduardo Paes (pena não ser o Mangabeira) teria muita dificuldade em tirar os moradores de lá.
Hilário, meu querido Prefeito!
Pena que Vc não pode contar os bastidores traiçoeiros da política , dando nomes aos bois…
Aguardo mais “causos”
Forte abraço!
Mais uma reflexão para os leitores:
Até quando o IMTRANS e a polícia vão tolerar pais usando capacetes transportando crianças em MOTOS sem capacete?
Isso não é CRIME?… expor as crianças a risco???
Lembro disso…