Programa de Proteção de Nascentes está em implantação no Mato Grosso do Sul como iniciativa voltada a contribuir para a preservação do bioma do Centro-Oeste. Tendo em vista engrossar o esforço de identificação dos mananciais, realizou-se em Bonito uma ação empreendida pelo sindicato rural do município com a presença de 80 produtores. Na oportunidade, equipe do SENAR/MS – Serviço Nacional de Aprendizagem Rural apresentou os passos que devem ser atendidos para o cadastramento das áreas e esclareceu itens do CAR – Cadastro Ambiental Rural enfatizando a legislação do novo código florestal.
De acordo com informativo do Canal do Produtor, o programa, idealizado pela CNA – Confederação de Agricultura e Pecuária do Brasil e pelo SENAR, em março deste ano, tem objetivo de proteger os mananciais localizados em áreas rurais de todo território nacional. Com o tema ‘Proteja uma nascente em um dia’, os organizadores estimam fechar o primeiro ano com mil áreas protegidas. No cronograma de ações estão previstos cinco passos a serem tomados para que o cadastramento seja realizado pelo SENAR/MS, são eles: identificar, cercar e limpar a nascente, controlar a erosão e replantar espécies nativas em caso de degradação.
Vários produtores que aderiram ao programa consideram válida a proposta, ressaltando a necessidade de reforçar a importância da sustentabilidade nas atividades agropecuárias. Na verdade, a proteção das nascentes reverte, em última instância, em benefício direto do próprio produtor e ao meio ambiente. De fato, segundo relato da CNA, o município de Bonito, MS, localizado na região sudoeste do Estado, conta com uma área de preservação ambiental exuberante, considerada um dos melhores destinos turísticos do planeta, segundo a OMT – Organização Mundial do Turismo. Ainda assim, a produção de soja e milho na região alcançou na safra 2014/15 cerca de 150 mil toneladas, conquistando a 15ª colocação no ranking de produtividade do Estado. Na pecuária, o rebanho ultrapassa 373 mil cabeças de gado, ocupando o 18º lugar na produção estadual, segundo as informações da Famasul – Federação da Agricultura e Pecuária de MS.
O SENAR/MS participou da divulgação do programa apresentando aos produtores rurais uma palestra sobre o novo código florestal, abordando os aspectos do CAR – Cadastro Ambiental Rural, oportunidade em que foi traçado panorama das alterações e benefícios ocasionados pela nova lei dando ênfase nas informações sobre áreas de preservação permanente, reserva legal, áreas consolidadas, direitos adquiridos e o CAR. Vale destacar, por oportuno, que esse aparto preservacionista, no município, já é cumprido, estando acima dos parâmetros exigidos pela lei federal. Segundo o órgão “a lei municipal prevê que a metragem mínima ao longo dos rios seja de 50 metros para Áreas de Preservação Permanente, enquanto que pela legislação federal o espaço mínimo é de 30 metros”.
De acordo com o SENAR/MS, o programa de Proteção de Nascentes é mais uma demonstração de responsabilidade do setor produtivo. Consolida-se, desta forma, a noção de que a atividade agropecuária pode futuramente deixar de responder por grande parcela dos desequilíbrios ambientais do Brasil. O pioneirismo do Mato Grosso do Sul é de vital importância e servirá como efeito demonstração para outras áreas do país. Preservar nascentes de rios e igarapés, como também da mata ciliar é absolutamente essencial para o futuro econômico da nação. Não se pode imaginar um país como o Brasil, que tem na agropecuária o suporte fundamental de sua economia, alienado dessas responsabilidades. O esforço de preservação da fauna e da flora, de florestas, lagos, rios e cascatas, dos recursos biológicos e agroflorestais deve, contudo, estar obrigatoriamente associado à promoção da melhoria da qualidade de vida do homem que, no meio rural, é o agente capital desse conjunto. Homem-meio ambiente, no presente e no futuro estão indissoluvelmente associados.