De Sérgio Roxo, para O GLOBO :
SÃO PAULO – A terceira colocada na eleição presidencial, Marina Silva, declarou, durante convenção em São Paulo neste domingo, que se manterá neutra no segundo turno. A verde preferiu evitar a palavra neutralidade e chamar a posição de “independência”.
Em carta aberta aos candidatos Dilma Roussseff e José Serra, lida durante o evento, Marina criticou a polarização política entre PT e PSDB e cobrou um avanço maior dos dois finalistas da eleição no compromisso com o programa apresentado pelos verdes aos presidenciáveis.
– O fato de não ter optado por um alinhamento não significa neutralidade. Creio que a posição de independência é a melhor forma de contribuir com o povo brasileiro.
Na carta, Marina deixou claro que esperava um prova de amor mais concreta de Dilma e Serra.
– Embora mostrem afinidade, gostaríamos que avançassem em clareza e profundidade com as nossas propostas.
A candidata derrotada disse que PT e PSDB “se deixaram capturar pela lógica do embate” na disputa política nacional.
Os discursos feitos antes do proferido por Marina deixaram clara a opção da legenda pela neutralidade. Alfredo Sirkis, vice-presidente do PV, o deputado federal Zequinha Sarney (MA), o candidato a vice de Marina, Guilherme Leal, e candidato derrotado ao Senado por São Paulo, Ricardo Young, defenderam a independência.
PV segue decisão de Marina
O Partido Verde seguiu a posição da candidata derrotada e aprovou a opção pela neutralidade da legenda no segundo turno da eleição presidencial. A votação foi simbólica. Apenas quatro pessoas se manifestaram a favor do apoio a um dos candidatos.
Nos discursos durante o evento, ficou claro o plano de ter Marina na disputa pelo Palácio do Planalto em 2014. A pastora Valnice Milhones, da Igreja Nacional do Senhor Jesus Cristo, uma das líderes religiosas que apoiaram a presidenciável verde, chegou a lançar a candidatura para a próxima eleição:
– (A convenção) Não é o fim. É o começo… 2014, Marina presidente – afirmou sendo aplaudida com entusiasmo.
Para o empresário Guilherme Leal, a posição de independência permitirá “criticar quando for preciso e apoiar quando necessário” o futuro governo.