Marcelo Ramos pedirá que PF E MPF investigue as licitações da CGL

Para tentar coibir a ação do que chamou de “organização criminosa que age na Comissão Geral de Licitação (CGL), que manipula licitações para beneficiar empresas” o deputado estadual Marcelo Ramos (PSB) informou na manhã desta quinta-feira, no plenário da Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam), que juntará documentos das últimas licitações e encaminhará a Policia Federal (PF) e Ministério Público Federal (MPF) para que seja realizada uma investigação sobre o modus operandi dos processos licitatórios.

Citando o processo licitatório para compra de alimentação para Policia Militar, que aconteceu na quarta-feira e durou menos de dois minutos (abrindo à 11h37m4s e fechando às 11h39m09s), Ramos enfatizou que a CGL primeiro escolhe quem vai ganhar a licitação e, a partir daí, desclassifica todos até chegar a empresa escolhida.

“Desta vez, o presidente da CGL, Epitácio Neto, conseguiu superar os limites de manipulação. No dia  23 de janeiro, a justiça sentenciou um processo ajuizado de uma das empresas e mandou a comissão a inserir no pregão. O presidente foi notificado e ao invés de abrir o pregão e inserir a empresa, reabriu, desclassificou todas e classificou a Ripasa. Tudo em menos de dois minutos. É muito descaramento e vontade de manipular o processo licitatório”, criticou.

O parlamentar explicou que a Comissão desclassificou a empresa que cobrava R$23 milhões e aprovou a quinta colocada, a empresa Ripasa, que cobrou R$29 milhões. Ramos também questionou o porquê da CGL licitar oito mil refeições diárias, se os policiais militares trabalham por escala, sendo quatro mil por dia.

“O argumento para desclassificar as quatro primeiras foi porque o cardápio exigia bacalhau e as empresas ofereciam o ´bacalhau da Amazônia´, produto do governo do Estado, que segundo a CGL não é bacalhau. Isso deve ser brincadeira”, enfatizou, lembrando que a Ripasa serve uma “comida de porco” no restaurante da Universidade Federal do Amazonas (Ufam).