Marcelo Ramos critica argumentos dos senadores do Amazonas que são a favor do voto secreto

O posicionamento contra dos três senadores do Amazonas, Alfredo Nascimento (PR), Eduardo Braga (PMDB) e Vanessa  Grazziotin (PC do B)  sobre o fim do voto secreto, foi criticado pelo deputado estadual Marcelo Ramos (PSB), durante seu discurso nesta terça-feira, que lembrou ainda que a Câmara Municipal e a Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam) já aboliram o voto secreto e confirmou ter ficado estarrecido com os discursos dos parlamentares, que na opinião dele, estão indo na “contramão” da história democrática do país.

Ramos recordou a justificativa dos senadores e refutou cada uma delas. O senador Alfredo Nascimento disse que o voto secreto deve ser mantido para nomeações de ministros porque dá autonomia aos parlamentares. “Então os senadores e deputados federais  não têm independência  perante o executivo quando votam essas matérias?”, questionou, completando que parlamentar que não tem autonomia não honra o mandado que exerce, e avaliou que essa é uma situação submissa e vergonhosa, pois  todos os poderes  deve ter autonomia para votar qualquer assunto. “O senador deveria ter vergonha dessa declaração, submissa e vergonhosa”,  disse.

Sobre a justificativa do senador Eduardo Braga que afirmou que numa Câmara de vereadores um veto nunca seria derrubado se não fosse secreto, Ramos disse que essa visão de Braga deve ser em função de sua postura autoritária quando governador ou mesmo de sua posição submissa na atividade de parlamentar . “Quero avisar ao governador, que tanto  no mandato do ex-prefeito Serafim Correa, quanto no  governo de Amazonino Mendes, os vereadores derrubaram vetos do executivo sim, além disso, de existem milhares de parlamentares Brasil a fora que honram seus mandatos e tem a coragem que ele não tem de ir contra o que determina o executivo”, enfatizou.

Para o parlamentar  socialista, a senadora  Vanessa Grazziotin fechou com “chave de ouro”  ao dizer que não ver democracia como sinônimo de voto aberto no parlamento, além de justificar – de maneira ridícula, de acordo com ele – que isso trata-se do sigilo a fonte.   “Primeiro quero lembrá-la do surgimento da democracia na Grécia, onde os cidadãos davam sua opinião em praça pública levantando os braços”, disse.

Lembrando o artigo primeiro da Constituição brasileira, que diz que todo poder emana do povo, Ramos avaliou que não tem cabimento os intermediários desse poder, que são os parlamentares não mostrarem em quê estão votando. “Os parlamentares não são titulares do Poder, e sim representantes do povo. Isso é claro. Porém, o que mais me admira não é o parlamentar que tem medo de mostrar sua opinião, mas ele exacerbar isso”, frisou.