O Brasil ganhou as Copas de 58 e 62. Em 66, na Inglaterra fomos humilhados e voltamos mais cedo para casa.
Em 1969 tínhamos um grande time, mas as coisas não iam bem. Corríamos o risco de não nos classificar para a Copa de 70. Chamaram o João Saldanha, que era comentarista esportivo para ser o técnico. Ele rapidamente montou o time que ficou conhecido com “AS FERAS DO SALDANHA”. E nos classificamos.
Aí quiseram interferir na escalação do time e o Saldanha mandou todos para bem longe. Chamaram o Zagalo, que tinha contra si boa parte da imprensa. Ele montou o time, mas a imprensa esportiva pegava no pé dele. Resultado: aonde a seleção ia, era vaiada.
O patriarca do futebol amazonense Flaviano Limongi convenceu o João Havelange, presidente da CBD, para que a seleção brasileira fizesse dois jogos treino em Manaus. Seleção A e Seleção B do Brasil contra a Seleção A e B do Amazonas na pré-inauguração do Estádio Vivaldo Lima que não estava concluído ainda. Seria o último jogo treino antes que embarcassem para o México. E o “patriarca” garantiu que o público amazonense daria apoio e não vaias. Havelange achou boa a idéia e lá veio a seleção brasileira. E realmente o apoio aqui foi total, reconhecido pelos próprios jogadores após os 4 X 1 na Itália.
Pensem Manaus em 1970.
A Seleção ficou hospedada na Maromba. O estádio não estava concluído. Toda uma logística montada com apoio da Polícia Militar para que fosse possível o jogo acontecer.
Eu estava lá na arquibancada e assisti o primeiro gol no Vivaldão, do Dario Maravilha e também o chute que o Rivelino deu batendo uma falta que descolou a retina do Maravilha, zagueiro do Rio Negro e da Seleção amazonense.
Não havia bares, nem água mineral, muito menos refrigerante no estádio. Um calor infernal. Eis que surge um picolezeiro com aqueles picolés de massa dentro de uma caixa de isopor. Todos avançaram. Todos queriam. Quando só restavam uns dez picolés pra mais de cinqüenta pessoas querendo, eis que surge um pintor famoso de Manaus, do Amazonas, do Brasil e do mundo e vendo que não sobraria nada pra ele, apelou: tirou a dentadura e jogou dentro da caixa de isopor.
Resultado: todo mundo pulou fora e ele ficou com restante só pra ele.
E ele, na sua extrema ironia, dizia: “Maninho, não quer um picolé…..”
Sarafa, adoro esses “causos” q vc conta. Me divirto muito. O da dentadura dentro da cuba de isopor foi hilária e o do Papa então… Parabéns pelo senso de humor.