Por Roberto Amaral
Estamos nos aproximando das eleições de outubro quando, com o nosso voto, poderemos retomar os rumos de nossa história, interrompida com o golpe parlamentar que decretou o impeachment da presidenta Dilma Rousseff e instaurou um governo antinacional e antipopular, a serviço das minorias e do grande capital. Enfrentá-lo e construir novas alternativas para nosso povo e nosso país é um imperativo ao qual não podemos faltar. As frentes de luta são inumeráveis — defesa da democracia, combate ao autoritarismo e ao governo ilegítimo, enfrentamento da violência política, defesa do patrimônio nacional e das conquistas populares, luta sem trégua contra a desigualdade social, defesa da democracia e da Constituição.
A experiência do impeachment e aquele triste espetáculo oferecido pela Câmara dos Deputados no dia 17 de abril de 2016, assim como a atuação do Congresso Nacional a favor dos interesses antissociais do governo fantoche, reclamam a necessidade de, sem prejuízo à campanha presidencial, voltarmos nossa atenção para a necessidade de elegermos deputados federais honrados, corajosos e de esquerda. Missão nada fácil, pois nossos nomes enfrentarão a má vontade da grande mídia, a fragilidade dos partidos de esquerda, a intervenção do poder econômico e, especificamente contra nossos candidatos, a ação desbragada do poder político.
Em função de nossa estrutura institucional, o Poder Legislativo desempenha papel crucial e intransferível na vida político-administrativa. Sabemos do bem e do mal de que é capaz. Precisamos ocupá-lo com nossos melhores quadros.
O impeachment, a consolidação do golpe, a revogação dos direitos trabalhistas, a desnacionalização do país e o teto dos gastos públicos que impede investimentos sem os quais não há desenvolvimento são resultados ora de ações do Poder Legislativo, ora de iniciativas do Poder Executivo implementadas com a sua participação. O Congresso Nacional age a serviço das oligarquias e, assim, de costas para os interesses do povo e do país. O atual Congresso brasileiro não representa a vontade do eleitorado.
Reputamos, pois, como da maior importância que nos unamos, acima de diferenças partidárias secundárias, no esforço por revitalizar a representação popular e devolver-lhe a legitimidade perdida. Os poucos quadros progressistas e de esquerda de nosso Estado — espalhados pelas diversas siglas de nosso campo – precisam retornar à Câmara dos Deputados. São essas as razões que, sem considerações partidárias, nos levam a recomendar a renovação do mandato do deputado Glauber Braga, parlamentar de esquerda comprometido com os ideais do socialismo e da democracia plena, aguerrido na defesa das causas populares e nacionais, voz destacada contra o impeachment, um dos mais bravos e competentes quadros da oposição ao governo Temer.
Este momento gravíssimo da democracia representativa, abalada em sua legitimidade, cobra de todos nós o esforço possível à eleição do que de melhor pudermos reunir em nossos quadros.
Rio de Janeiro, agosto de 2018
Alberto Santoro – professor emérito da UERJ
Beatriz Bissio – professora da UFRJ
Carlos Lessa – professor, economista, ex-presidente do BNDES
Darc Costa
Eny Moreira – advogada
Francis Bogossian – engenheiro, empresário, ex-presidente do Clube de Engenharia do Rio de Janeiro
Guilherme Estrella – geólogo
Gustavo Senechal de Goffredo – professor de Direito da PUC-Rio
Hildegard Angel – jornalista
Jorge Paulo Britto de Araújo – advogado
José Abdalla Helayêl-Neto – físico, professor no Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas, CBPF
José Gomes Temporão – médico, ex-ministro da Saúde no governo Lula
José Roberto Santoro – economista
Lígia Rodrigues – física, professora da UFRJ
Lincoln Penna – historiador, professor aposentado da UFRJ
Luiz Carlos Barreto – jornalista, cineasta, produtor
Mário Novello – físico, cosmólogo, professor emérito do Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas- CBPF
Michel Misse- cientista político, professor da UFRJ
Nelson Rocha – ex-presidente do Conselho Regional de Contabilidade do Estado do Rio de Janeiro, da Academia Nacional de Economia
Odair Gonçalves – professor da UFRJ
Otávio Guilherme Velho – professor emérito da UFRJ, presidente de honra da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, SBPC
Pedricto Rocha Filho – engenheiro, professor da PUC-Rio
Raymundo Oliveira – engenheiro, professor da UFRJ
Ricardo Maranhão – engenheiro, ex-deputado federal, conselheiro do Clube de Engenharia do Rio de Janeiro
Roberto Amaral – escritor, ex-ministro da ciência e Tecnologia no primeiro governo Lula
Rosa Freire de Aguiar – jornalista, editora
Samuel Pinheiro Guimarães – escritor, embaixador, ex-SecretárioGeral do Ministério das Relações Exteriores
Saturnino Braga – ex-prefeito da cidade do Rio de Janeiro, ex-Senador pelo Estado do Rio de Janeiro
Silvio Tendler – cineasta, professor da PUC-Rio
Sônia Fleury – cientista política
Susana de Castro – filósofa, professora da UFRJ
Wanderley de Souza – cientista, biofísico, professor da UFRJ