Itamaraty anuncia abertura diária da fronteira entre Venezuela e Brasil

O Ministério das Relações Exteriores (Itamaraty) anunciou na tarde desta segunda-feira (19) que a fronteira entre o Brasil e Venezuela, fechada por ordem do presidente Nicolás Maduro, será aberta diariamente para a passagem de turistas brasileiros.

Conforme o Itamaraty, brasileiros que estão na Venezuela e quiserem voltar para o Brasil poderão buscar ajuda junto ao vice-consulado em Santa Elena de Uairén. Eles deverão fornecer os nomes que serão inclusos na lista diária de turistas que deixarão a Venezuela.

A travessia dos brasileiros deverá ocorrer uma vez ao dia sempre às 16h de Brasília (13h30 na Venezuela). Não há definição sobre quantas horas a fronteira ficará aberta por dia.

O anúncio é feito após uma comitiva do governo de Roraima ir até a fronteira para buscar cerca de 37 turistas brasileiros que estão retidos no país.

A secretária de Relações Internacionais Verônica Caro divulgou que, para pedir ajuda e sair da Venezuela, os brasileiros devem contatar a pasta ou falar com o Consulado Brasileiro em Santa Elena de Uairén.

“Para cruzar a fronteira em segurança, os brasileiros devem fazer contato com a Secretaria de Assuntos Internacionais, pelo telefone +55 95 99146 9977, ou pelo número da Venezuela 0414 845 8850, para colocar o nome na lista e depois se apresentar às 14h [13h30 na Venezuela] para a Guarda Venezuelana, no Fuerte Roraima, localizado em frente à estrada que dá acesso ao aeroporto de Santa Elena de Uairén, para que a passagem seja efetuada”, informou.

Desde o dia 13, a fronteira entre os dois países, que fica em Roraima, está fechada por ordem do presidente venezuelano Nicolás Maduro. A previsão é que a fronteira só seja reaberta de vez no dia 2 de janeiro.

Travessias clandestinas
Com o bloqueio da estrada que liga o Brasil a Venezuela, centenas de pessoas têm cruzado a fronteira a pé de forma clandestina.

A rota ilegal entre o Brasil e Venezuela é  chamada de ‘caminho verde’, porque é por dentro da mata. Há até um pântano no meio do caminho. A passagem liga Santa Elena de Uiarén a Pacaraima, cidade brasileira na fronteira e a 250 KM da capital Boa Vista.

Brasileiros e venezuelanos em busca de comida e remédios fazem o trajeto tanto para sair do país quanto para voltar levando mantimentos. A travessia clandestina entre os dois países dura entre 10 e 20 minutos.

Pessoas que atravessaram a fronteira que atravessam a fronteira dizem que há venezuelanos cobrando dinheiro para auxiliar nas travessias. Eles afirmam que homens do exército também indicam que apesar da fronteira estar fechada, é possível transitar entre os dois países pela rota ilegal.

O vice-consulado do Brasil em Santa Elena de Uairén estima que quase 100 brasileiros estão tentando sair do país pela fronteira com Roraima. Uma comitiva do estado foi a Venezuela para resgatar cerca de 37 turistas que estão retidos no país.

Fronteira fechada
Na terça (13), o presidente venezuelano Nicolás Maduro decretou que as fronteiras da Venezuela com o Brasil e com a Colômbia fossem fechadas. Na quinta (15), o presidente prorrogou a decisão por mais 72h e no sábado anunciou que a medida irá valer até o dia 2 de janeiro.

Segundo o líder chavista, a Venezuela está sendo vítima de um “ataque econômico” contra sua moeda. O fechamento visa combater as “máfias” que entram no país para desestabilizar a economia da Venezuela.

Maduro também decidiu estender a vigência da nota de 100 bolívares, que, como anunciara o governo no domingo passado, deveria ser retirada de circulação na última quinta.

O fechamento das passagens fronteiriças foi estabelecido, ainda de acordo com a visão de Maduro, justamente para evitar que as notas de 100 que tinham sido tiradas do país por grupos ilegais voltassem a circular.

Comentário meu: O presidente da Venezuela Nicolas Maduro está indo além de todos os limites. Constranger brasileiros, filhos de uma nação vizinha e amiga, é criar um incidente diplomático desnecessário. Na torcida para que prevaleça o bom senso e pedindo a Deus que tenha pena do povo venezuelano.