Os jovens reitores Sylvio Puga, da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), e Cleinaldo
Costa, da Universidade do Estado do Amazonas (Uea), por fim selam parceria reclamada por
professores, pesquisadores e comunidades estudantis do Estado há tempos. Nesse sentido, as
duas entidades iniciaram, no último dia 21 de agosto, discussões sobre o estabelecimento de
uma agenda propositiva em torno de esforços conjuntos visando traçar estratégias de atuação
integrada no interior do Estado e potencializar parcerias com universidades internacionais.
Nota da Assessoria de Comunicação da Ufam informa que, dentre as propostas consideradas
uma relaciona-se ao mapeamento dos cursos a serem implantados no interior do Amazonas de
acordo com as vocações econômicas dos municípios. O estudo será seguido da elaboração de
uma Carta de propostas a ser encaminhada ao governador do Estado, apontando a nova
estratégia de ação direcionada ao interior.
De acordo com o reitor Cleinaldo Costa, o objetivo é criar novos cursos ajustados às vocações
econômicas das calhas dos rios. Como agronomia, turismo e entretenimento, mineração e
engenharia naval. Espero que nesse conjunto possam ser considerados tecnologias de pesca e
industrialização do pescado, de óleos essenciais e de produção de alimentos, dadas as vastas
potencialidades de exploração de palmeiras e frutas regionais, extrativas ou cultivadas.
Outro passo extraordinário será a inevitável inserção de nossa universidade e centros de
pesquisa junto às estruturas instaladas e em pleno funcionamento na tríplice fronteira:
Universidad Nacional de Colômbia (UNAL) e o Instituto SINCHI, sedes Letícia, Colômbia, e
ao conjunto Universidade-Instituto de Investigaciones de la Amazonia Peruana (IIAP), sede
Iquitos, Peru.
Não só em relação à estruturação de mestrados e doutorados transnacionais, mas também no
desenvolvimento de tecnologias de produção de alimentos, campo em que nossos vizinhos são
fortes; na exploração sustentável da madeira e frutas tropicais, na conservação da biodiversidade
e na exploração do vastíssimo potencial do ecoturismo da Amazônia sul-americana. Para tanto,
a UEA conta com 17 doutores em Tabatinga, a Colômbia, 14, a Ufam, 17, e o Peru, cerca de 20.
Um bom volume de especialistas para montar mestrados e doutorados interinstitucionais com
nota máxima junto à Capes, salienta o pró-reitor de Extensão da Ufam, José Ricardo Bessa
Freire.
Por outro lado, o reitor Sylvio Puga e a assessora especial de Relações Internacionais e
Interinstitucionais da Ufam (ARII), professora Leda Brasil, reuniram-se com o diretor de
Relações Internacionais, professor Harold Wright, e a coordenadora de programas acadêmicos
da Pró-Reitoria de Ensino de Graduação, da UEA (Prograd), professora Simone Carvalho. O
foco do encontro foi o projeto de criação de um modelo de intercâmbio de conhecimento
caracterizado pela multidisciplinaridade de áreas conjuntas como, numa primeira etapa, saúde e
educação.
O projeto deverá certamente se estender às universidades colombiana e peruana sediadas,
respectivamente, em Letícia e Iquitos. Caberá às procuradorias jurídicas de cada entidade
elaborar os termos das propostas de acordos a serem submetidos a discussões junto aos corpos
docentes de ambas instituições.
A parceria Ufam-UEA não é nova. Data de 2012, quando foi firmado acordo de cooperação
técnico-científica objetivando fortalecer o ensino, a pesquisa e a extensão. Em 2015, novo
acordo, agora direcionado ao estágio curricular obrigatório e voluntário das duas universidades.
Espera-se que a nova parceria logo abranja a estrutura de ensino-pesquisa- extensão da tríplice
fronteira, de tal sorte que possa se traduzir em respostas concretas aos anseios daquele
estratégico centro. Sempre levando em conta a geração de pré-condições em favor do
desenvolvimento de tecnologias de exploração sustentável de setores da biodiversidade regional
e viabilização de logísticas de integração econômica e mercadológica da Pan-Amazônia.