O deputado Serafim Corrêa (PSB) repudiou, nesta quinta-feira, 13, a declaração do ministro da Economia Paulo Guedes, que defendeu a alta do dólar ao dizer que com câmbio baixo até “empregada doméstica estava indo para Disney”. Para Serafim, o posicionamento de Guedes incita a desigualdade no país.
“O Brasil precisa fazer inclusão social para que o filho do pobre ingresse em uma universidade. Uma mulher ser empregada doméstica não lhe faz menos digna do que uma outra que estudou. Gostaria que todos pudessem ir aos Estados Unidos. Não é só o Paulo Guedes que estudou em Harvard que pode ir para lá. Seria bom que todos os brasileiros fossem à Disney”, defendeu o deputado.
O líder do PSB na Casa afirmou que o grande problema do país é a desigualdade social e deu como exemplo diferentes Índices de Desenvolvimento Humano (IDH) em regiões distintas em Manaus.
“Por exemplo, o IDH do Vieiralves e da Vila Municipal é igual ao da Dinamarca e da Noruega. São uma maravilha. Mas se você pegar o IDH da Zona Leste, vai ver que é igual ao IDH da Namíbia, que é um dos mais baixos do mundo. Vivemos, por exemplo, em Manaus, duas cidades: uma lá em cima e outra lá em baixo, só que essa que está lá em cima, está tendo que colocar grade na janela, cerca elétrica, vigilância armada e aí vamos viver uma barbárie, que são os efeitos da guerra sem ter a guerra”, alertou.
Serafim discorda da justificativa de Guedes que com o dólar alto e juros baixos, as exportações aumentam e substituem importações, inclusive no turismo.
“Isso é bom para os exportadores, é verdade, mas é ruim para os importadores. A diferença é que o Brasil exporta minério e alimentos in natura. Essa é a nossa pauta preponderante. Importamos, por exemplo, telefone celular. Uma carreta de minério é trocada por uma pequeno aparelho celular. Que troca legal nós estamos fazendo!”, criticou o parlamentar.
Para o deputado, as condições da industrialização nacional precisam ser revistas.
“A Vale do Rio Doce exporta minério para a China. A China faz chapa com esse minério de ferro e manda de volta para Minas, onde o revendedor vende a chapa com minério de ferro, exportado de Minas, mais barato de que a Vale do Rio Doce produz. Estamos exportando emprego, ao invés de gerar emprego para aqueles que estão aqui”, concluiu Serafim.
Texto: Luana Dávila / Foto: Marcelo Araújo