O Governo estava decidido a tributar os poupadores em caderneta de poupança, acima de R$ 50.000,00, para evitar a migração de recursos aplicados em títulos da dívida pública para a caderneta de poupança. Isto porque com a redução da Taxa SELIC (hoje em 8,75%) que remunera os títulos da dívida pública ficou mais atrativo aplicar na caderneta.
Houve, no entanto, uma reação muito forte, tendo, inclusive, o PPS, através do deputado Raul Juggman, se antecipado e denunciado via inserções partidárias o que chamou de “novo confisco da poupança”. Esse tema é traumático para a classe média brasileira depois que Fernando Collor de Mello confiscou a poupança do povo brasileiro. E como hoje ele é figura influente no Governo Lula, o assunto tornou-se explosivo.
Além da impopularidade da medida, pesou no recuo, o fato da matéria ter que passar pelo Congresso, às vésperas das eleições gerais.
Estas são as razões que estão à vista de todos.
Há quem garanta, porém, e só o tempo vai confirmar, que está prevista uma subida na Taxa SELIC no primeiro trimestre do ano que vem. Isso acontecendo, a situação se inverteria e não teria lógica mexer agora, pagar o preço, e depois pagar um novo preço quando os juros subirem de novo e a tributação deixar de ter sentido.