O deputado estadual Serafim Corrêa (PSB) repudiou, durante discurso no plenário da ALE-AM (Assembleia Legislativa do Estado), na manhã desta terça-feira, 10, a tentativa do Governo do Estado em transferir para a Prefeitura de Manaus e demais municípios a responsabilidade pelos problemas na área da saúde.
“O que temos visto nos últimos dias é o Governo do Estado querendo jogar toda culpa dos problemas da saúde, que é sua, para o município de Manaus e para os demais municípios. Quando fui prefeito de Manaus sofri na pele isso. O governador vivia dizendo que carregava a saúde do município nas costas e aquilo me incomodava e eu resolvi levantar e modificar para podermos virar essa página”, disse Serafim.
O parlamentar destacou três principais problemas enfrentados em sua gestão à frente do poder executivo municipal e que permanecem até hoje sem ser sanado pelo governo estadual.
“A 1ª questão era o Samu. O estado deveria pagar 25%, ele nunca pagou. Quem paga é o município e esse é um serviço relevante para os hospitais do estado. Em 2º lugar vêm os medicamentos, onde o estado precisa repassar o valor para que os municípios possam comprar, porque ele é o gestor do SUS e não faz isso. E um 3º ponto é que existem profissionais da saúde do município trabalhando para o estado e vice versa. Quando você lista um, lista outro, você vê que a história não é bem assim como o estado tenta emplacar”, declarou o deputado.
De acordo com o líder do PSB na ALE-AM, sem um diálogo que reúna o Ministério da Saúde e secretarias municipal e estadual, não haverá uma solução dos problemas.
“Eu quero repudiar aqui essa insinuação do governo de que ele que carrega a saúde do município nas costas e que a culpa é do município. Tem muita coisa errada na saúde. É preciso haver diálogo, conversa. Do jeito que está, um querendo jogar a culpa para o outro, não vai resolver o problema”, avaliou Serafim.
“Muda Manaus”
Durante o discurso, Serafim Corrêa questionou o programa lançado pelo governo estadual na semana passada, intitulado “Muda Manaus” e chamou à atenção do Ministério Público Eleitoral.
“É preciso fazer um resgate. Em 1986, portanto há 33 anos atrás, houve um movimento chamado “Muda Amazonas”, que era o nome da coligação que apoiou Arthur Neto para governador e Serafim Corrêa para vice. Quando chegou em 1988 foi Arthur para prefeito e Felix Valois para vice e eu fui candidato a vereador. Quando é agora o governo vem e cria o movimento Muda Manaus, aí eu pergunto aonde está o Ministério Público Eleitoral? Agora pode programa de governo com nome de coligação?”, questionou o deputado.
O parlamentar avaliou que o silêncio do Ministério Público Eleitoral diante do lançamento desse programa é negativo para a democracia.
“Isso pode? Só queria saber se pode, porque se pode, pode tudo. O Ministério Público Eleitoral está dormindo em berço esplendido e não vê nada, isso é muito ruim para a democracia”, concluiu Serafim.