O gás foi descoberto em Urucu, Coari, há mais de vinte anos, mas ainda não entrou na nossa economia. Desencontros os mais variados adiaram e impediram a obra do gasoduto Coari-Manaus. Finalmente isso foi superado, a obra está em bom ritmo.
No entanto, não basta só trazer o gás até Manaus. Aqui é preciso ter uma rede de distribuição que atenda logo no primeiro momento o maior consumidor que é a Manaus Energia. E com isso diminuir o custo de geração, além de fazê-lo de forma mais correta do ponto de vista ambiental.
Ocorre que a distribuição de gás é monopólio dos Estados nos termos do art. 25, § 2º, da Constituição Federal. E aqui o Governo do Amazonas no apagar das luzes de 2002 atribuiu esse monopólio à CIGÁS e vendeu a maioria das ações ordinárias, as que dão direito á voto, ao empresário baiano, Carlos Suarez, o “S” da OAS.
A PETROBRAS bem que tentou ser sócia do empreendimento, mas o valor que lhe exigiram, segundo disse-me um diretor da empresa, era bem acima do valor de mercado.
Em 2008, a CIGÁS contratou a Construtora baiana LJA para o assentamento da rede de distribuição. Esta semana o contrato foi rescindido, o que significa dizer que o gás vai chegar à Manaus, mas não terá como ser distribuído.
No caso isso trará prejuízos diretos para três empresas: a PETROBRAS, a MANAUS ENERGIA e a CIGÁS. E mais diretos ainda ao povo de Manaus.
As três empresas têm obrigação de falar. Elas não devem satisfação apenas aos seus acionistas, mas sim a toda a sociedade.
E esclarecer todas as dúvidas, como por exemplo, quando o gás chega, como vão fazer para prosseguir as obras, quando começa a distribuição domiciliar, quando os taxis e ônibus poderão ser abastecidos de gás.
A palavra está com elas.