No ano passado, pela Lei nº 11.662/2008, o Governo Federal alterou o horário do Acre e do oeste do Amazonas que era de uma hora a menos do que Manaus e ficou igual a Manaus.
O resultado é que o horário oficial está em descompasso com o sol. E a lógica é que quando o sol estiver nascendo sejam seis horas da manhã; quando estiver a pino seja meio-dia; e quando estiver se pondo sejam dezoito horas.
Quando estive em Tabatinga, Benjamin Constant e Atalaia do Norte ouví os reclamos de todos. É unanimidade. Não ouvi ninguém a favor, todos contra.
Essa foi uma decisão de cima para baixo, sem ouvir ninguém que mora nessa região. Hoje a Câmara dos Deputados aprovou a realização de um referendo para que quem mora lá decida se quer o horário oficial ou o solar.
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E leia a íntegra da notícia retirada do UOL Online:
Câmara aprova realização de referendo sobre fuso horário no Acre
Claudia Andrade
Do UOL Notícias
Em Brasília
A Câmara dos Deputados aprovou nesta terça-feira (3) a realização de um referendo para que a população do Acre decida se é a favor ou contra a mudança que diminuiu de duas para uma hora (a menos) a diferença de fuso horário daquele Estado em relação a Brasília. O decreto foi aprovado pela Câmara por 223 votos a favor, 123 contrários e cinco abstenções. A matéria ainda terá de ser analisada pelo Senado Federal.
A mudança está em vigor desde junho do ano passado e vale também para parte do Amazonas, que tinha duas horas a menos em relação a Brasília. As alterações constam da lei 11.662, que estabeleceu ainda que o Pará – que tinha dois fusos horários – passaria a seguir o horário de Brasília. Com isso, o país passou a ter três fusos horários diferentes, em vez de quatro.
De acordo com o decreto, o referendo deverá ser realizado junto com as eleições e o resultado será determinado por maioria simples.
Em defesa da matéria, o deputado Flaviano Melo (PMDB-AC), autor da proposta, argumentou que a mudança não foi discutida com a população, que teria ficado insatisfeita.
A deputada Perpétua Almeida (PC do B-AC) manifestou-se contra o decreto. Para ela, os parlamentares deveriam debater questões relacionadas ao desenvolvimento do Estado. “O que nós queremos é transformar o Acre no melhor lugar para se viver na Amazônia. Esse sim deve ser o debate, não sobre a mudança do fuso horário. Isso pode ficar para um segundo momento.”