Por Osíris Silva
O encerramento do 8º Fórum Mundial da Água foi marcada, segundo seus organizadores, pela comemoração e pelo sucesso da edição brasileira do evento, que aconteceu em Brasília, de 17 a 23 de março passado. Após apresentação de resultados, procedeu-se ao anúncio de que a próxima edição do evento ocorrerá em 2021 em Dakar, no Senegal. A primeira realizou-se no Marrocos, em 1997.
Ao final foi divulgada a Carta de Brasília, que sintetiza as propostas e conclusões do evento. O documento defende implantação de soluções sustentáveis no fornecimento de águas e energia de acordo com as necessidades, prioridades locais e regionais, e as condições culturais e capacidades humanas e financeiras existentes. O Acordo de Paris sobre Mudanças Climáticas também pautou o conteúdo da Carta, que defende a redução drástica da geração de energia por meio da combustão de recursos fósseis que deverão ser substituída por fontes limpas sem emissão de gases de efeito estufa.
De acordo com o documento, o uso sustentável dos recursos naturais do planeta é essencial para assegurar a manutenção ou incremento da qualidade de vida da sociedade de vez que as mudanças climáticas estão provocando situações inéditas para o reabastecimento de recursos hídricos em grandes conglomerados urbanos e em grande número de nações insulares. Nesse sentido, assegura a Carta, o fenômeno global da urbanização é um processo irreversível que gera demandas de energia e água cujo fornecimento exige acessos a fontes cada vez mais distantes dos locais de consumo.
Novas tecnologias, combinadas às existentes deverão permitir uma adequada implementação das medidas necessárias para assegurar a sustentabilidade do uso de águas e energia. Fundamental que a implantação de soluções sustentáveis deve levar em consideração as necessidades e prioridades locais e regionais e as condições culturais e capacidades humanas e financeiras. A geração de energia por meio da combustão de recursos fósseis, desta forma, deverá ser drasticamente reduzida, tendo em vista se atingir as metas do Acordo de Paris sobre Mudanças Climáticas, priorizando-se a substituição por fontes limpas sem emissão de gases de efeito estufa (GHGs).
Observando-se os diversos documentos produzidos durante o evento, todavia, resta a estranha sensação de que o fórum de Brasília optou por enaltecer muito mais a quantidade de participantes, estimados em mais de cem mil, do que propriamente pela pontuação de problemas concretos em relação a uma (inexistente) política hídrica no Brasil, e, de modo geral, para a América Latina. Com a Amazônia de fora da carta de Brasília, o Fórum ressentiu-se de abordar concretamente questões relativas à despoluição de baías e zonas de manguezais que banham cidades litorâneas, e sobre bacias fluviais urbanas, que, Brasil afora, oferecem degradante cenário de abandono, numa inequívoca demonstração de como a questão água, na vida real, é conduzida pelo governo brasileiro e agências internacionais.
IGHA – Registro minha posse na Cadeira N. 15 do Instituto Geográfico e Histórico do Amazonas (IGHA), na última terça-feira, 27, em solenidade rica de presenças marcantes a partir de meus familiares, amigos pessoais, alguns do Colégio Estadual do Amazonas e da Faculdade de Economia; do Dr. Afonso Lins, representante do governador do Estado, Amazonino Mendes, e outras autoridades; de expressiva representação de confrades do IGHA e da Academia Amazonense de Letras, do CORECON-AM, das classes empresariais, representadas pelo presidente da FIEAM, Antonio Silva, e da ACA, Ataliba David Antonio Filho. Na oportunidade agradeço à presidente Marilene Corrêa da Silva Freitas, ao vice-presidente Francisco Gomes e ao secretário geral, Geraldo dos Anjos, ao amigo e orador Júlio Antonio Lopes, pelo gentil e aplaudidíssimo discurso de recepção, o amplo apoio e o carinho com que me recepcionaram na Casa de Bernardo Ramos, e aos que me distinguiram com suas ilustres e amigas presenças.
Manaus, 2 de abril de 2018.