Após a saída de Ricardo Salles do Meio Ambiente, o deputado estadual Serafim Corrêa (PSB) disse, nesta quinta-feira, 24, que o ex-ministro nunca teve condições de gerir a pasta e que “suas insanidades” prejudicaram o Brasil em todos os sentidos. Da tribuna da Assembleia do Amazonas, o deputado repudiou todos os crimes ambientais praticados por Salles.
“Ontem, 23, depois de dois anos e meio e depois de muitas insanidades, finalmente o ministro Ricardo Salles pediu demissão. Este homem fez muito mal ao Brasil e à Amazônia. Na hora em que não atendeu aos alertas do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) sobre o avanço das queimadas na Amazônia – e que ele estimulou “passar a boiada”, aproveitando o tempo da pandemia”- ele contribuiu para a devastação na Amazônia”, afirmou.
Para Serafim, a pasta do Meio Ambiente exige sensibilidade e responsabilidade para decisões acertadas, coisa que Salles não buscou fazer. “O mundo inteiro se preocupa com a Amazônia e ele estimula às queimadas, à invasão, ao garimpo ilegal e isso leva o Brasil a ter um passivo ambiental enorme perante o mundo”.
O parlamentar ainda disse que para o mundo asfixiar o Brasil, não precisa disparo de uma única bala, basta investidores internacionais deixarem de comprar carne e soja, por exemplo, que venham de áreas desmatadas, invadidas, griladas e ocupadas irregularmente.
“Salles não tem a visão do mundo contemporâneo. Nós vivemos no mesmo planeta e o meio ambiente é algo que interessa a todos os países, independentemente de fronteiras, porque todos vivem na mesma casa, entendido casa como planeta”.
O líder do PSB na Casa Legislativa alertou que corremos o risco de sermos prejudicados no mercado internacional com o bloqueio da compra de produtos primários como carne bovina ou a soja, justamente pela ausência de políticas ambientais.
“Já vai tarde! Prestou desserviço ao Brasil. Colocou o Brasil em situação difícil e colocou a própria ministra da agricultura, Tereza Cristina, em situação difícil. A obrigação dela é tentar vender o Brasil: a carne, a soja, o frango, mas aí os compradores questionam a devastação e as queimadas, e ela não tem argumentos para defender. A ministra foi colocada numa posição de bombeira. Digo isso em uma condição de justiça, embora não tenha nenhuma relação política com ela, tenho que reconhecer que ela tem uma outra visão”, lamentou Serafim.
O deputado afirmou o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) tem a visão de que é preciso queimar a floresta para desenvolvimento econômico.
“A floresta vale muito mais em pé do que no chão, do que o solo devastado para criar capim e para criar boi. Deixo o meu repúdio a todos os atos do ministro Ricardo Salles e a esperança de que o novo ministro, Joaquim Álvaro Leite, que era assessor de Ricardo Salles, mude o disco, porque se não mudar é o Brasil que vai sofrer”, concluiu.