De ACRITICA.COM, por RAFEL SEIXAS:
Segundo lojistas e vendedores ambulantes que trabalham próximo ao imóvel, o número de invasores é de aproximadamente 80 pessoas
O prédio fica localizado na esquina das ruas Quintino Bocaiúva e Guilherme Moreira, no Centro de Manaus (Antônio Lima )
Diversas famílias invadiram o antigo prédio do Ministério da Fazenda no Centro de Manaus. Segundo lojistas e vendedores ambulantes que trabalham ao redor do imóvel, localizado na esquina das ruas Quintino Bocaiúva e Guilherme Moreira, a invasão iniciou com poucas pessoas, no último sábado (16), mas agora o número de invasores é de aproximadamente 80 pessoas.
“Estão querendo moradia, mas, infelizmente, no meio de quem precisa há muitos querendo tirar vantagem. Eles (invasores) dizem que têm advogados e que estão respaldados. O prédio tem segurança para proteger os arquivos que ainda estão no local, mas só entra no prédio quem eles autorizam”, disse Reuber Alexandre, 42, ambulante.
De acordo com um vendedor de loja, que preferiu não se identificar, os lojistas da área estão com medo. “Todo mundo está evitando falar sobre o assunto porque podemos sofrer algum tipo de represália. Até agora nada aconteceu”, declarou.
A reportagem foi ao local tentar conversar com o responsável pelo grupo de invasores, mas não foi “autorizada” a entrar no prédio. Pelas janelas do imóvel, adultos, adolescentes e crianças observavam a movimentação na entrada. Dos 15 andares, ao menos sete já foram ocupados.
Conforme decreto publicado na última terça-feira (19) pelo Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, o prédio invadido é um dos 239 imóveis da União colocados à venda neste ano, como parte das medidas anunciadas do ajuste fiscal do governo ainda em 2015.
Além do Ministério da Fazenda, o prédio invadido já foi sede do extinto Instituto Nacional de Assistência Médica e Previdência Social (Inamps), do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) e do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
COMENTÁRIO MEU: Lendo esta notícia lembrei-me de um fato ocorrido comigo em 2008. Eu era o prefeito de Manaus. Na Rua Leovegildo Coelho, entre a Rua José Paranaguá e a Rua Quintino Bocaiuva, existe um prédio de propriedade da Previdência Social que foi ocupado, em condições semelhantes à este. A Advocacia Geral da União entrou na Justiça Federal que determinou o despejo. Os ocupantes saíram, mas acamparam na rua em frente ao imóvel. Queriam uma solução para o problema deles. Notícias nos jornais e nos telejornais. Os programas sensacionalistas, muito ativos à época, fizeram um grande alarde. E a culpa era do prefeito, como se eu tivesse permitido invadir e depois despejado.
As equipes da Secretaria de Ação Social já estavam em campo com a sugestão de que eles aceitassem ir para o ALUGUEL SOCIAL, um programa da Prefeitura de Manaus que paga o aluguel emergencialmente para pessoas em situação semelhante quando recebo um telefonema inusitado da Presidência da República fazendo um apelo para que eu resolvesse o problema.
Ao interlocutor da Presidência, Geraldo Magela, senão me falha a memória, disse:
“Escuta o prédio é do Governo Federal, vocês abandonaram, deixaram invadir, depois entraram na Justiça, despejaram os ocupantes e na hora de resolver é a Prefeitura que tem que resolver? Ou seja, vocês criam o problema, agora a solução é comigo?.”
A resposta foi a de sempre: “Pois é, a responsabilidade é nossa, mas você está aí, tem mais agilidade, fica mais fácil de resolver.”
O assunto foi resolvido no mesmo dia como já estava previsto, via ALUGUEL SOCIAL, pela SEMASC.Não estranhem se o script se repetir.
Resgato essa informação para alertar a todos gostam de Manaus que qualquer dia vão invadir o prédio da Alfandega de Manaus que se encontra desocupado e é, depois do Teatro Amazonas, o mais bonito da fase áurea da borracha. E como o Governo Federal, desde o todo e sempre, é um paquiderme que não consegue se movimentar, nem mesmo administrar seus próprios imóveis, a Alfandega pode ser o próximo alvo.
Torço para que não, mas também para que ela seja resgatada do abandono a que foi relegada pelo últimos governos Lula e Dilma.