A Câmara aprovou com 22 votos contra 11 o Projeto de Lei que cria o sistema de estacionamento Zona Azul.
O debate foi contaminado desde o início pela subserviência da bancada do Prefeito que permitiu uma interferência indevida do Executivo nos assuntos do Legislativo. Primeiro, foi o Presidente da Comissão de Constituição e Justiça que declarou nos jornais locais que levaria as emendas feitas pelos vereadores para apreciação do Secretário Municipal de Infraestrutura e depois, o próprio Prefeito que levou sua bancada para um almoço onde deu um “ralho” em todos e exigiu a aprovação do projeto sem emendas.
Ninguém é contra organizar o Centro da cidade e muitos menos estabelecer regras de estacionamento nas ruas de Manaus. Fosse esse o interesse do Prefeito, o projeto estabeleceria tempo limite de estacionamento nas ruas e puniria o descumprimento com multa ou regulamentaria o Estar, com controle e arrecadação feitos pela própria Prefeitura. Fosse assim, teria o apoio de todos os vereadores, inclusive da oposição.
Mas o interesse do Prefeito é outro! O interesse é beneficiar uma empresa que terá direito de explorar as ruas de Manaus por até 30 anos (15 renováveis por mais 15), com a lei dispondo expressamente que não terá responsabilidade nem com a segurança dos veículos e nem com qualquer dano ou mesmo furto do veículo. Até emenda que isentava idosos e deficientes foi derrubada.
Portanto, você, cidadão, pagará, mais caro do que paga hoje para o flanelinha, a uma empresa que não lhe oferecerá qualquer serviço ou garantia. E, se quiser segurança para o seu carro, terá que pagar também o flanelinha.
Amazonino é um Rei Midas (aquele que tudo que tocava virava outro) às avessas. Tem a capacidade de transformar boas soluções para cidade em malandragens para ganhar dinheiro e beneficiar seus amigos, assim foi com o Camelódromo e assim está sendo com o Zona Azul.
Marcelo Ramos é advogado e vereador pelo PSB. www.vereadormarceloramos.com.br
