Os gastos excessivos garantiram a popularidade de Lula e a eleição de Dilma. Agora farão a sociedade pagar a conta
O governo Fernando Henrique Cardoso estabilizou a economia, reformando-a e reduzindo a inflação galopante de antes a níveis civilizados. A gestão Lula foi correta,nos primeiros quatro anos, no tocante à economia. Mas aumentou demasiadamente os gastos correntes no segundo mandato e, com isso, transmitiu para a atual Presidente, Dilma Rousseff, situação de enorme aperto fiscal.
O governo está encalacrado. Parece a fábula da cigarra, que cantava durante o verão, enquanto a formiga se preparava para o inverno. Foi imprevidente. O cobertor ficou curto.
Fernando Henrique venceu sérias dificuldades para estabilizar a economia. E seu governo enfrentou mais de uma dezena de crises internacionais sistêmicas que atingiram o Brasil. Assim mesmo, garantiu aumento real do salário mínimo de 43.7%. Lula obteve ganho real de 57% para o salário, surfando as ondas da economia reformada e modernizada pelo antecessor e também da mais benigna conjuntura econômica mundial dos últimos 40 anos.
Agora o governo Dilma bate o pé e aprova R$ 545,00 na Câmara. Certamente conseguirá manter o mesmo número no Senado. Esse valor não garante aumento real do salário mínimo, interrompendo trajetória de 15 anos de sistemática valorização. É triste. Uma pena mesmo.
Os gastos excessivos garantiram a popularidade de Lula e a eleição de Dilma. Agora farão a sociedade pagar a conta: restrições ao crédito, menos investimentos, mínimo arrochado e mais impostos, talvez a velha e nociva CPMF, aumentos de certas alíquotas, a começar pela mineração.
É esperar para ver.