A invasão de centenas de balsas de dragagem operadas por garimpeiros numa corrida por ouro no rio Madeira é o reflexo da política equivocada do ex-ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, validada pelo presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido). A avaliação foi feita pelo deputado estadual Serafim Corrêa (PSB), em discurso na tribuna na ALE-AM (Assembleia Legislativa do Amazonas) na manhã desta quinta-feira, 25.
“A partir de 2019 assume o governo federal o atual presidente e o Ministério do Meio Ambiente foi ser chefiado por Ricardo Sales, que foi e é um desastre para o Brasil, e todos estão lembrados da reunião de 22 de abril onde ele disse para o governo aproveitar a pandemia e deixar a boiada passar. Aí está o resultado da política equivocada do Sr. Ricardo Salles. Deixar a boiada passar significou deixar os rios da Amazônia sem qualquer fiscalização. Portanto, isso daí é o resultado da ausência do Estado Brasileiro, no sentido mais amplo. Mais uma vez o Brasil sai muito mal na foto”, disse Serafim.
O líder do PSB no parlamento estadual disse que as imagens que ganharam repercussão internacional, onde balsas aparecem amarradas juntas em filas quase atravessando a largura do Rio Madeira “retratam o desastre ambiental que foi cantado em prosa e verso há algum tempo”.
“Lamentavelmente as autoridades brasileiras, e aí estou falando do Estado Brasileiro, valendo para Governo Federal, Governo Estadual, Governo Municipal, Ministério Público Federal, Ministério Público Estadual, enfim, todos os órgãos de controle falharam”, declarou.
Nesta semana, destaca Serafim, o vice-presidente da República, Hamilton Mourão, declarou que a invasão de garimpeiros ao rio Madeira possui ligação com o narcotráfico.
“Então não temos como dizer se isso é fato ou não, mas partindo do vice-presidente, entendo que ele tem as suas fontes e que são fontes muito mais amplas que as de um deputado estadual”, declarou Serafim.
“Quero daqui fazer meu apelo às autoridades brasileiras, principalmente às autoridades federais, para que reflitam sobre a omissão de quase três anos do nosso sistema de defesa da Amazônia para que tenha uma ação. Só que agora a ação tem que ser política, tem que ser integrada, ela não pode ser só uma ação de repressão. Claro que o braço forte do estado terá que estar presente, mas não apenas isso. Tem que ver qual a solução de vida que será dada para essas pessoas”, concluiu o parlamentar.