A primeira decisão política/econômica anunciada pela Presidente Dilma Roussef foi abrir o capital da INFRAERO e adotar o regime de concessão para novos aeroportos.
Provavelmente vá sofrer ataques de alas estatizantes de seu próprio partido, mas se formos minimamente racionais veremos que ela está com toda a razão.
Aliás, o Brasil precisa aprofundar a discussão sobre o tamanho do Estado brasileiro, pois a equação que uma parcela da sociedade deseja, qual seja, diminuir a carga tributária e aumentar o tamanho do Estado (no sentido amplo) e suas responsabilidades, por razões óbvias, não fecha.
O desequilíbrio orçamentário que alguns defendem nos levou a trinta anos de inflação e quem pagou essa conta foram os mais pobres. Se analisarmos friamente e sem emoções, nos últimos vinte e cinco anos fizemos uma transição para melhor na política e na economia. Falta muito, é verdade, mas já percorremos um bom caminho.
E nessa caminhada, mesmo reconhecendo que muitos erros foram cometidos, todos os governos deram sua parcela de contribuição. Sarney fez a fase mais delicada na política com a Constituinte e a volta das eleições diretas para todos os cargos, devolvendo ao povo o direito de escolher.
Collor ao abrir a economia permitiu que vinte anos depois o Brasil exportasse 200 bilhões de dólares e com isso pudesse importar 180 bilhões de dólares. Itamar acertou quando bancou o Plano Real que debelou a inflação e mais ainda quando indicou Fernando Henrique para ser o continuador da estabilidade.
FHC adotou medidas duras na economia para manter a estabilidade, fez privatizações necessárias e importantes como as da telefonia e siderurgia (que inexplicavelmente Alckmin e Serra não usaram como grande feito do governo do PSDB) e implantou a LRF que com seus rigores tem mantido sob controle Estados e Municípios.
Lula acertou em cheio na economia ao manter os mesmos fundamentos dos anteriores – cambio flutuante, metas de inflação e responsabilidade fiscal – associando isso aos programas sociais permitindo a ascensão de classe de milhões de brasileiros fazendo surgir uma nova classe média.
Portanto, vinte e cinco anos depois o Brasil mudou muito e para melhor. Lula, um fenômeno na comunicação, soube trazer para si todos os méritos e garantir a eleição de Dilma que nunca havia disputado uma eleição. E o maior trunfo foi exatamente a ascensão social ocorrida em seus oito anos de governo. A vida ficou melhor para milhões de brasileiros.
É natural, portanto, que a Presidente Dilma siga o caminho que deu certo nos que a antecederam. O Governo Federal não tem recursos para investir em novos aeroportos ou na ampliação dos já existentes. Isso só seria possível elevando a carga tributária (impensável no Brasil de hoje), emitindo moeda (traria a inflação de volta) ou aumentando a dívida pública (pressionando os juros). Entre esses três caminhos e dar a concessão de aeroportos, para alguém de bom senso, a decisão chega a ser até óbvia: é melhor dar a concessão.
A presidente está certa, mas deverá ouvir críticas desde o PSDB, por estar fazendo o que eles fizeram acertadamente, até setores do próprio PT que acham um dos três caminhos citados anteriormente como melhores.
Brilhante visão do que exatamente ocorreu no Brasil. O saudoso senador Jefferson Péres, já dizia, que não era de bom senso “demonizar” as pessoas. Cada cidadão é mandado por Deus na hora certa. Bom artigo, prefeito Sarafa. Isso mesmo. E a presidente Dilma já mostra que não veio fazer média com petistas retrógrados.
Concordamos que privatizações ou “abrir o capital ou regime de concessão”, em alguns casos, pode até ser necessário más o que é estranho, é o fato de que nossa ilustre presidente ter utilizado tal tema como um cavalo de batalha durante a campanha, criticando duramente governos que utilizaram este recurso para administrar. Como você, acho que ela tem razão más o que lamento é ver o quanto nossos políticos profissionais são incoerentes e capazes de dizer qualquer coisa para galgar um cargo.