Na manhã desta quinta-feira (14), os deputados estaduais Marcelo Ramos (PSB), Luiz Castro (PPS) – que é membro da Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa – e José Ricardo (PT) realizaram visita à Fundação Centro de Controle de Oncologia (FCECON), que tem por objetivos promover a prevenção, o diagnóstico e o tratamento do câncer através da prestação de assistência médico-social especializada de efetiva capacidade resolutiva a pacientes, bem como o ensino e a pesquisa no campo da oncologia.
Os parlamentares ouviram reclamações dos pacientes e acompanhantes que aguardavam atendimento. “A mulher do governador veio abraçar o CECON. Quem precisa de abraços são as pessoas que estão aqui sofrendo sem atendimento. Estou com meu tratamento de quimioterapia parado há meses por falta de medicamento”, protestou a paciente Socorro Rodrigues (54).
Na ocasião, os deputados conheceram os setores de atendimento (recepção) e quimioterapia e puderam ouvir também relatos de funcionários sobre as condições de trabalho na Fundação. “Estamos nos esforçando, mas, estamos de mãos atadas. Não temos equipamentos suficientes. Não temos pessoal qualificado. Estamos até sem medicamentos e, por isso, não podemos atender aos pacientes como deveríamos e gostaríamos”, relatou um funcionário.
De acordo com o diretor-presidente da FCECON, Dr. Edson Andrade, o hospital enfrenta diversos problemas relacionados à infraestrutura, compra de medicamentos, entre outros. Porém, é a falta de pessoal qualificado para trabalhar o mais grave de todos. “Posso construir o melhor prédio do mundo. Mas, se eu não tenho gente qualificada dentro para fazer o atendimento… O Estado precisa investir na formação especializada em oncologia. No Amazonas há uma carência enorme de profissionais de mastologia, radioterapia e patologia, por exemplo”, enfatizou o diretor.
O deputado Marcelo Ramos avaliou a situação como um problema grave. “O que está se passando aqui é muito sério. Dois meses num tratamento desses pode significar viver ou morrer”, enfatizou Ramos. Para ele, os problemas do hospital são agravados pela falta de diálogo entre o Governo do Estado e a administração da FCECON, criada com a missão de formular e executar a política Estadual de Combate ao Câncer. “Fica claro que a Fundação enfrenta sérias dificuldades em seu funcionamento. Temos aqui um problema estrutural, que é dever do Estado. É preciso estabelecer, entre a administração do hospital, o Poder Legislativo e o Poder Executivo, um diálogo com a finalidade de criar uma política de saúde em prol da melhoria do atendimento e dos serviços prestados”, defendeu o deputado socialista.
A direção do hospital e os parlamentares acertaram de marcar uma nova visita, com a possibilidade ampliar para outros membros do Legislativo Estadual, para conhecer melhor a FCECON e seu funcionamento.