A polêmica proposta do presidente do Grupo de Monitoramento e Fiscalização do Sistema Carcerário do Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM) leva a sociedade no mínimo a uma reflexão. O desembargador Sabino Marques sugeriu que a Arena da Amazônia, orçada em R$ 605 milhões, venha a ser local de triagem dos presos após o fim da competição dos jogos da Copa de 2014. O Sambódromo e até mesmo o Centro Cultural dos Povos da Amazônia estão na lista de sugestões para esta finalidade.
Nas redes sociais, são vários os comentários contra essa sugestão que ainda vai ser apresentada para a Secretaria de Justiça do Amazonas (Sejus). O argumento é o de que a Arena da Amazônia vai ser um espaço vazio após os jogos. Não concordo, acredito que há projetos após o término da Copa voltados para a cultura que é tão marcante em nossa cidade e para a educação também, e a própria sociedade vai cobrar tais ações.Sabemos dos graves problemas enfrentados no sistema carcerário do Amazonas e principalmente em Manaus. A Cadeia Pública Raimundo Vidal Pessoa está com superlotação e condições físicas precárias. Dados divulgados por meios de comunicação mostram que a Vidal com capacidade máxima para comportar apenas 400 detentos tem hoje mais de mil presos. É de fato uma vergonha, se faz necessário buscar uma solução para o problema, mas não utilizando a Arena da Amazônia para realizar a triagem dos presos provisórios.A comunidade esportiva e os Manauaras não suportariam ver os detentos deitados no gramado que é considerado o palco sagrado do futebol. Seria uma premiação para traficantes, assassinos e homicidas. Seria uma afronta para os apaixonados pelo esporte local e este sim precisa de mais incentivos com a presença dos torcedores nas arquibancadas prestigiando o futebol Amazonense. O ideal é ter um sério empenho para conseguir recursos para a construção de uma nova Unidade Prisional e assim desativar a Vidal Pessoa, essa seria a saída mais justa e digna para todos.