Da Folha de São Paulo de ontem (14):
O governo americano anunciou ontem o fim das restrições para que familiares de cubanos vivendo nos EUA possam viajar a Cuba e enviar dinheiro ou artigos como produtos de higiene, roupas e outros “presentes” a moradores da ilha.
Empresas americanas de telecomunicações também foram autorizadas a realizar licenciamentos em Cuba para implementar serviços de telefonia fixa e celular, transmissão de TV via satélite e internet.
Embora o embargo comercial que já dura 47 anos não tenha sido levantado, as medidas anunciadas abrem a possibilidade de voos comerciais regulares serem restabelecidos com a ilha. Hoje, só há voos fretados.
Existem cerca de 1,5 milhão de norte-americanos com parentes vivendo em Cuba.
“A conexão dos cubano-americanos com familiares em Cuba não só é um direito básico no sentido humanitário mas também nossa melhor ferramenta para ajudar a fomentar o início de uma democracia de base na ilha”, diz o comunicado da Casa Branca, que sublinha o desejo por uma Cuba “que respeite os direitos básicos, econômicos e políticos de todos os cidadãos”.
Sob a nova política, cubano-americanos poderão viajar livremente à ilha e enviar quantias de dinheiro sem limites a seus familiares. A única restrição que persiste nesse aspecto é que o governo dos EUA procurará se certificar de que as quantias não serão encaminhadas para o governo cubano ou para o Partido Comunista.
Os analistas vêm a decisão de Barak Obama por duas óticas: a primeira, de que isso é uma medida liberalizante no sentido de ajudar Cuba e a outra de que, em verdade, a medida objetiva desestabilizar o regime de Fidel Castro.
O pleito de Cuba é a suspensão do embargo econômico que vem desde 1962. As medidas agora anunciadas são o primeiro passo para que isso aconteça. E por contraditório que possa parecer poderão significar o fim do regime.
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