Os rumores de extinção da Secretaria de Estado da Ciência e Tecnologia do Amazonas (Secti), no projeto de reforma administrativa do governador José Melo estão causando um delicioso reboliço na chamada comunidade científica. Como os mineiros, no dizer de Otto Lara Resende sobre seus conterrâneos, lembramos apenas da solidariedade na hora do câncer. Com ou sem diagnóstico, porém, onde há fumaça há fogo, diziam os antigos e essa mobilização precisa continuar. Precisa, com efeito, indagar a que veio o veterinário Luiz Renato de França, diretor do Inpa, imposto pelo governador de Minas, à revelia dos nativos? O que fez, a quem ouviu e o que pretende fazer na investigação dos compostos orgânicos voláteis da floresta? Comunicação e transparência são essenciais no trato da coisa pública. No projeto que trata da reforma administrativa do governo Melo, há indícios de modificações com foco no desenvolvimento regional. Aquilo que Thomaz quis fazer na Suframa e não deixaram. Há uma decisão de enxugar a estrutura e outra de agregar Ciência, Tecnologia e Inovação ao imperativo do criação de novas matrizes econômicas, especialmente para as comunidades ribeirinhas. É isso? Ali, os indicadores de desenvolvimento humano enchem a todos de vergonha e a muitos de revolta, à vista da distribuição de riquezas para as instituições do próprio estado, aquinhoadas com recursos que merecem revisão. Auxílio-moradia para magistrados e congêneres, por exemplo, e a relação custo X benefício da classe política saltam aos olhos da indignação.
Seria obtuso extinguir Ciência &Tecnologia & Inovação, a grande ferramenta de qualificação dos recursos humanos, definição de políticas públicas coerentes para o contexto socioambiental e econômico, e consolidação de nossa melhor saída: a indústria do conhecimento. É deficitária na ação dos gestores públicos a formulação clara de projetos, com alcance amplamente superior aos cronogramas dos mandatos. O caminho não é extinção é adequação e fortalecimento dos saberes da ciência e da cultura regional para formular novos caminhos para o desenvolvimento integral e regional. Piscicultura, agregação de valor às cadeias produtivas da Afeam, potencializar os recursos pagos pelas empresas de Manaus à UEA e ao CETAM exigem fortalecer C&T&I, e consolidar as instituições que executam a função de qualificar e graduar os recursos humanos e desenvolver bioalternativas. É insano extinguir Ciência e Tecnlogia e urgente a iniciativa de racionalizar custos, otimizar recursos, dar transparência e eficiência à dinheirama que as empresas e os cidadãos recolhem aos cofres estaduais.
Que se mantenha mobilizada a comunidade científica, não apenas para gritar contra a extinção da Secti, mas também, e muitas vezes, acompanhar e exigir espaço de discussão do novo modelo estadual de pesquisa e inovação atrelada ao desenvolvimento, para denunciar o confisco das verbas federais de P&D, vitais para a pesquisa de novas modelagens econômicas para a região alcançada pela Suframa, esvaziada, aos 48 anos de idade, de seus pendores gerenciais para impedir o desvio de suas taxas e das contribuições das empresas de Informática. Convocada pela UEA, a FAPEAM, vinculada à Secti, está aproximando academia e economia, com as entidades do setor produtivo, na formulação de estudos de viabilidade de parques tecnológicos de biotecnologia e tecnologia da comunicação e da informação. Comunicação clara de propósitos e transparência permanente no trato do erário, portanto, são as chaves inovadoras de uma tecnologia da transformação que se impõe… Já!