O deputado Serafim Corrêa (PSB) repudiou na manhã desta quarta-feira (31) a decisão tomada pelo presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) de criar um “superministério” da Economia, fundindo Fazenda, Planejamento, Indústria e Comércio. A rigor, de acordo com o parlamentar, a medida ameaça diretamente a Zona Franca de Manaus (ZFM) e pode resultar no fechamento da Suframa.
Isso porque, o Ministério da Indústria, Comércio e Serviços (ex-Mdic) será liquidado na fusão com o “superministério”. A pasta do Governo Federal é a responsável pelo funcionamento da Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa). Em entrevista à imprensa, o futuro ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou que pretende combater os subsídios ao setor industrial, salvando assim a “indústria brasileira, apesar dos industriais brasileiros”.
“Agora vai ser portaria ministerial, e vai ser do Paulo Guedes, acabou portaria interministerial. Quem representa o Paulo Guedes aqui é a Receita Federal, é a ela que os empresários vão ter que se dirigir. A rigor, A Suframa pode fechar as portas que não tem mais sentido. A Suframa perde a razão de ser, pois a referência será a Receita Federal”, apontou Serafim durante discurso em plenário na manhã desta quarta-feira (31).
Para o deputado, que é líder do PSB da ALE-AM, a declaração do ministro da Economia vai resultar numa “quebra” das indústrias.
“Eu lamento profundamente que os rumos que o Brasil está tomando sejam esses, porque isso não vai dar certo, vai dar errado. Nós levamos anos para construir o que temos e de repente numa canetada vai tudo para o espaço. Então, fica meu repúdio as medidas anunciadas, elas já trouxeram ontem muita instabilidade no Distrito Industrial. Novos investidores vão pensar duas vezes antes de vir para o Polo Industrial. Não há segurança jurídica”, avaliou o parlamentar.
Serafim lembrou ainda que a ideia de criar um superministério é uma reprise do que não deu certo do governo de Fernando Collor, quando nomeou Zélia Maria Cardoso de Mello para ser uma “superministra” de Economia nos mesmos moldes apresentados por Bolsonaro.
“É exatamente o mesmo filme. Lá atrás ela (Zélia) abriu a economia, a ZFM sofreu um vendaval e batemos no fundo do poço. Tudo aquilo que havia sido construído foi para o espaço e depois levou tempo para reconstruir, portanto esse filme que estamos revivendo é uma segunda versão”, disse o deputado.