Da VEJA.COM:
Empresa chinesa começa a implementar uma nova política com os funcionários após uma série de protestos e de críticas de instituições internacionais
A chinesa Foxconn sempre esteve alheia aos comentários sobre a relação da empresa com seus trabalhadores. Mas, desde que a Apple aderiu no início do ano passado à Associação do Trabalho Justo – Fair Labor Association (FLA) na sigla em inglês -, uma instituição internacional baseada em Washington que defende o direito dos trabalhadores, a companhia com sede em Taiwan passou a rever sua política interna. A Foxconn é a responsável pela fabricação de iPads e iPhones, entre outros produtos da Apple.
Em um comunicado divulgado nesta segunda-feira, a Foxconn afirma que os funcionários poderão votar livremente para escolher os representantes sindicais que terão influência nas discussões com os diretores da empresa. Uma investigação da FLA mostrou que a maioria dos trabalhadores desconhecia as atividades sindicais, que era dominada por gerentes ou supervisores. A ideia é que sejam eleitos trabalhadores de diversos setores, com idades e cargos diferentes, o que ajudará a aumentar a consciência sindical em todas as fábricas da empresa.
A pressão sobre a Foxconn aumentou no ano passado, quando a quebra de diversos direitos dos trabalhadores, o excesso de horas extras e o salário abaixo do satisfatório começaram a afetar a imagem da Apple com os consumidores. No último trimestre de 2012, a Foxconn viveu situações até então desconhecidas: funcionários iniciaram uma greve pela falta de condições para a fabricação do iPhone 5, um protesto pelo fechamento de uma fábrica deixou 40 pessoas feridas e uma série de suicídios cometidos nos últimos dois anos começaram a se tornar públicos.
“Nossa esperança é que os nossos esforços na implementação dessas reformas beneficiem a Foxconn e também ajudem a elevar os padrões e práticas para a nossa indústria na China”, escreveu a empresa no comunicado. A estimativa é que a Foxconn seja responsável por 40% da fabricação do consumo eletrônico no mundo. Além da Apple, Intel e Microsoft também utilizam os serviços da empresa chinesa.