A missão do presidente Jair Bolsonaro à Ásia e Oriente Médio procurou alinhar – e o está fazendo com absoluto sucesso – o Brasil aos países líderes da economia mundial, e ao grupo dos Brics, em particular, aos avanços em tecnologia de ponta e conquistas sociais. Os novos passos do governo brasileiro consolidam, com efeito, aproximações empreendidas rumo a Estados Unidos e Israel, visando a formação de alianças comerciais importantes como Mercosul-Europa Ocidental. O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta quinta-feira, 14, durante reunião de cúpula de líderes do Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), em Brasília, que a política externa de seu governo “tem os olhos postos no mundo, mas coloca o Brasil em primeiro lugar”.
Ao fim da reunião, os cinco países divulgaram uma declaração conjunta – a Carta de Brasília -, da qual destacam-se os pontos a seguir alinhados: Compromisso com as metas de redução das emissões de carbono fixadas a partir do Acordo de Paris; Reforma “abrangente” das Nações Unidas, incluindo o Conselho de Segurança; Na economia, defesa de “mercados abertos, de um ambiente de negócios e comércio justo, imparcial e não-discriminatório, de reformas estruturais, de concorrência efetiva e justa”. Chamou atenção, a propósito, não constar, nos 73 tópicos da Carta, qualquer menção às crises políticas na Venezuela, no Chile e na Bolívia.
A reunião do Brics nos leva a refletir seriamente sobre o futuro do Polo Industrial de Manaus (PIM) e da economia amazonense, em última instância. A quarta revolução industrial impõe ao mundo desafios descomunais. A nova “onda” vem se espalhando planetariamente a partir dos países mais bem estruturados industrialmente com lastro em tecnologia de ponta e alcance mercadológico global. Não é, evidentemente, o caso do Polo Industrial de Manaus (PIM), restrito ao mercado interno por deformação da política econômica vigente quando da criação da Zona Franca de Manaus em 1967. Mais grave ainda, cingido a seis cadeias produtivas – eletroeletrônica, duas rodas, bens de informática, termoplástico, metalúrgico e químico -, responsáveis por cerca de 88% do faturamento do PIM. Uma concentração, fácil de constatar, altamente mente perniciosa.
A quarta revolução industrial, observe-se, é resultado de ambiência tecnológica avançada e amadurecida. AZFM poderá chegar lá, mas não tão cedo, e se, e somente se, governo e iniciativa privada adotarem medidas urgentes nas áreas de P,D&I, na formação de pessoal altamente qualificado, sobretudo engenheiros pós-doutorados, e no equacionamento de óbices altamente restritivos nos setores de infraestrutura, saneamento, comunicações, logísticas de transporte e mercadológica. Urge, com efeito, mudar a configuração estrutural de sua criação e evoluir o modelo de substituição de importações para novos vetores, aí incluídos o complexo da biotecnologia e a introdução de uma plataforma de exportação em padrão competitivo global.
A reunião de Diretoria da última quinta-feira na Federação das Indústrias do Amazonas (FIEAM) com a presença do superintendente da Suframa, Alfredo Menezes, do superintendente de Planejamento, Alcimar Martins, e do novo gestor do CBA, Fábio Calderaro, sinalizou fortemente que as defasagens estruturais da autarquia estão paulatinamente sendo corrigidas. Em decorrência do equacionamento de vetustas amarras, a atual equipe dirigente da Suframa vem implantando mecanismos operacionais diferenciados e criativos. O foco, claramente, visa conferir maior celeridade e eficiência ao modelo ZFM na rota da revolução industrial 4.0 de forma abrangente em relação às cadeias produtivas da agropecuária e indústria, comércio e serviços integrantes do modelo. Suframa e CBA, com efeito, de acordo com o exposto na reunião da FIEAM estão desenhando novos e promissores cenários com muita propriedade, competência e responsabilidade. Aos quais, contudo, precisam estar agregados, sob pena de frustração de expectativas, Sudam, Universidade, Inpa, Embrapa, demais centros de pesquisa da região e órgãos setoriais de estados e municípios. A nova gestão da Suframa e CBA, percebe-se claramente, vem trabalhando de forma acelerada na modernização de sistemas operacionais voltados, fundamentalmente, à construção de nova agenda desenvolvimentista..