Desde o início de suas operações, em 1954, o INPA aplica-se à realização de estudos e pesquisas científicas voltadas ao desenvolvimento e à melhoria das condições de vida da região amazônica, contribuindo com informações relevantes sobre o ecossistema regional, particularmente quanto à origem, preservação e uso sustentável da biodiversidade. Atualmente, o Instituto é referência mundial em Biologia Tropical. Os focos de pesquisa do INPA são quatro: biodiversidade (conhecer a diversidade biológica da região amazônica e seus diversos aspectos ecológicos); tecnologia e inovação (aplicar o conhecimento adquirido sobre recursos naturais para o desenvolvimento de técnicas, processos e produtos que atendam as demandas socioeconômicas); dinâmica ambiental (entender o ecossistema amazônico nos seus diferentes componentes: físicos, biológicos, químicos e sociais); e sociedade, ambiente e saúde, analisando a dinâmica das populações e suas implicações socioambientais, com vistas à manutenção da qualidade de vida.
Estas informações, da mais absoluta relevância para a sociedade, constam de um estudo do pesquisador Carlos Bueno, coordenador de Extensão do INPA, segundo as quais “as pesquisas tecnológicas têm como objetivo principal a geração de oportunidades de renda e trabalho para a população a partir do uso sustentado dos recursos naturais da região”. Para apoiar seus estudos e pesquisas, mantém ainda um Programa de Coleções e Acervos Científicos (PCAC), composto por dez coleções: invertebrados, plantas, frutos, madeiras, peixes, anfíbios, répteis, mamíferos, aves e micro-organismos. Dos mais importantes do mundo.
O INPA ocupa-se também com a formação de recursos humanos especializados para a Amazônia. Atualmente, segundo Bueno, oferece nove programas de mestrado e doutorado nas seguintes áreas: Agricultura no Trópico Úmido; Biologia de Água Doce e Pesca Interior; Ciências de Florestas Tropicais; Botânica; Ecologia; Entomologia; Genética, Conservação e Biologia Evolutiva; Clima e Ambiente (realizado em associação com a Universidade do Estado do Amazonas – UEA),Mestrado Profissional em Gestão de Áreas Protegidas na Amazônia e Aquacultura (em parceria com a Universidade Nilton Lins), além da participação em outros cursos, em parceria com diversas instituições, tendo formado cerca de 2.300 mestres e doutores.
Por outro lado, busca incessantemente socializar e popularizar informações cientificas e tecnológicas geradas em seus laboratórios por meio de instrumentos impressos e de mídia inclusiva, além da realização de cursos, oficinas, transferências de tecnologias. Complementarmente, estimula a participação de seus pesquisadores em audiências públicas, discussões técnicas e relatórios técnico-científicos, voltados a formulação de políticas públicas regionais. O Bosque da Ciência, que recebe anualmente cerca de 140 mil pessoas, com um total, após 21 anos de atividades, em torno de 1,6 milhão de visitas, é um grande exemplo desse esforço.
Nesses seus 64 anos de funcionamento, consolidou-se como uma respeitada instituição dinâmica geradora e depositária de vasto conhecimento estratégico sobre a Amazônia, conhecimento este indispensável em uma região relevante nos ciclos biogeoquímicos globais; que abriga grande parcela da biodiversidade terrestre; que é morada de etnias indígenas ainda pouco conhecidas; que contém grandes reservatórios de água doce; que esconde em seu coração oportunidades para a inclusão social e a geração de renda que a ciência está a revelar. Seu desafio, segundo Carlos Bueno, é continuar na vanguarda da geração de conhecimento para dar maior robustez ao desenvolvimento da Amazônia, em harmonia com as diretrizes governamentais de crescimento econômico, inclusão social, manutenção da floresta em pé e sustentabilidade socioambiental. Insta-se aos governos regionais criarem mecanismos para o uso produtivo dessa imensa gama de informações e conhecimentos científicas.