Do VALOR:
Governador de Pernambuco e presidenciável, Eduardo Campos (PSB) disse nesta terça-feira que a decisão sobre sua candidatura à Presidência da República será feita pela base do seu partido, e não pela cúpula.
“Cada Estado e cada município vai se reunir para tomar uma posição. Não será um debate de cúpula partidária, será da base”, disse, em entrevista coletiva no Recife (PE), após a assinatura de um acordo de cooperação para desenvolvimento de energia renovável em Fernando de Noronha.
A fala de Campos é uma resposta às recentes declarações de governadores do PSB, que se dizem contrários a sua candidatura presidencial. Já se posicionaram nessa linha Camilo Capiberibe (Amapá), Cid Gomes (Ceará) e Renato Casagrande (Espírito Santo).
Campos considerou as manifestações dos governadores uma demonstração da democracia interna do seu partido. “Temos relação de respeito, não de subserviência”. Mas disse que a decisão só virá em 2014. “Temos um calendário e o calendário é em 2014. Toda eleição presidencial é assim. Não posso rasgar o estatuto. Somos o partido que mais cresce no país e no tempo certo haverá uma decisão de acordo com as circunstâncias”, declarou.
Campos também negou que tenha diminuído sua exposição nacional nas últimas semanas. “Não vejo mudança de comportamento. Vejo gente dizendo que eu acelerei, que eu desacelerei, mas o pé do acelerador fica no canto”.
Ele ainda criticou análises sobre a sucessão presidencial que apontam dificuldades para candidaturas que fujam à polarização entre PT e PSDB, partidos que dominam a política nacional desde 1994. “Já li muito analista dizendo uma coisa e depois o povo dizendo outra”, provocou.
As declarações de Campos vão ao encontro à percepção de integrantes da cúpula do PSB mais próximos a ele: de que uma eventual consulta interna aos diretórios estaduais e municipais acerca da sua candidatura terá aceitação de ampla maioria. Os mais próximos de Campos falam que ele teria respaldo de pelo menos 90% da sigla em relação à sua pretensão presidencial.
A cúpula do PSB também atribui a onda de manifestações de governadores a uma pressão do PT e do governo federal para que estes se posicionem contrários a candidatura Campos, uma vez que se tratam de Estados com alto índice de dependência da União.
É por essa razão que Campos trabalha com um cenário limite de apresentação de sua candidatura para 2014, como forma de garantir aos correligionários que comandam Estados o menor dano possível em suas relações com o governo federal.