Cadê o sinal? Falhas no setor de telecomunicação do Amazonas afetam até órgãos públicos

De ACRITICA.COM, por CYNTHIA BLINK:

61 cidades do Amazonas sofrem com a deficiência do serviço telefônico que existe no estado, ou seja, todo o interior do Estado

Às vezes, trocar informações com quem está em outra cidade do Estado é completamente impossível Às vezes, trocar informações com quem está em outra cidade do Estado é completamente impossível (Antônio Lima)

Um problema comum para o secretário da cultura do Amazonas, Robério Braga, é conseguir estabelecer um contato entre Manaus e os 61 municípios do interior do Amazonas.

Ele conta que apesar dos recursos disponibilizados pela telefonia móvel, fixa e em alguns casos a conexão com a rede mundial de computadores, às vezes trocar informações com quem está em outra cidade do Estado é completamente impossível.

Entrar em contato com representantes dos municípios ou até buscar algum parente que tenha um acesso mais fácil aos gestores das cidades são as formas encontradas para driblar o problema na comunicação, mas nem sempre esse caminhos solucionam o caso e a deficiência rende histórias curiosas ao secretário na hora de marcar uma reunião ou apenas verificar o andamento de algum projeto na área cultural.

“Teve uma vez que precisei ligar para o açougue, o único lugar da cidade que tinha um telefone que prestava, para marcar uma hora em que seria possível falar com o prefeito. Então, o açougueiro foi até o prefeito avisou a ele e no horário marcado voltei a ligar e finalmente conversamos”, conta o secretário que não recorda o nome do município.

Beto Mafra, gerente da Associação Amazonense de Municípios, afirma que prefeituras e órgãos públicos tem linha telefônica fixa, móvel e internet nas cidades do interior do estado, ainda assim, é normal acontecer de irem à drogaria, banco e em alguns casos até lan house (as maiores cidades tem esse recurso) para conseguir entrar em contato com a capital.

“Tem situações em que os telefones ficam mudos durante 1 semana, 10 dias. O uso do e-mail é limitado, o que funciona bem e sobrevive no interior é o fax, coisa que não se vê muito na cidade”, revela Mafra.

O funcionário público José Carlos Cunha, 33, mora na cidade de Manacapuru e precisa se comunicar com pessoas que estão em Manaus, Beiruri, Itapiranga e algumas pequenas comunidades. “Uso Tim e Vivo, mas às vezes nenhuma funciona bem e a internet que tem no meu trabalho é naquela velocidade. Tem vezes que o jeito é ir até a outra cidade para falar com as pessoas”, critica Cunha.

Operadoras

Em resposta, a operadora TIM, disse que está em 22 municípios do Amazonas e que apenas esse ano a companhia investiu mais de R$ 200 milhões para  aumentar a capacidade de transmissão via fibra óptica em 100 vezes.

Outro investimento destacado pela operadora foi no valor de R$ 33 milhões para que em 30 cidades do interior do estado, com menos de 30 mil habitantes, a TIM opera em roaming intermunicipal, que permite que os clientes possam utilizar os serviços por meio da recepção de sinal de outras operadoras.

Quanto as dificuldades para atender bem os municípios, a TIM não citou nenhuma, já a Vivo, que tem cobertura total no estado, enumerou: viabilidades técnicas, econômicas, geográficas e ambientais como os grandes desafios para ter uma rede de transmissão integralmente feita por cabos óticos e informou que busca solucionar o problema utilizando os satélites e também enfatiza que as interrupções sucessivas de energia elétrica comprometem diretamente o serviço de telefonia.

A Claro disse que atende, segue e cumpre todas as normas de cobertura exigidas pela (Agencia Nacional de Telecomicações) Anatel. A companhia afirma que trabalha para oferecer a melhor experiência em produtos e serviços a seus mais de 317 mil de clientes no Amazonas. No estado, a Claro está presente em 18 municípios com as tecnologias 2G, 3G e na capital Manaus, e a empresa também atende seus clientes com a rede 4GMax.

Ainda segundo a operadora, a tecnologia de quarta geração da Claro foi a primeira a chegar no estado amazonense, o que demonstra o compromisso da operadora com seus clientes. Entre 2012 e 2014, a companhia terá investido cerca de R$ 6,3 bi em infraestrutura no país.

A operadora Oi não se posicionou até o fechamento dessa matéria.

Comentário meu: Também em Manaus a telefonia anda muito mal. Ao que parece venderam mais linhas do que os equipamentos das diversas operadoras podem operar. E a ANATEL, calada. Até quando?