Tenho acompanhado com muita tristeza o caso envolvendo o goleiro Bruno, do Flamengo. Como torcedor do clube, o tinha como ídolo e jamais imaginei que aquela frieza com que se portava diante dos atacantes fosse reflexo de uma psique tão desequilibrada como parece. O que deu errado?
Lamento por Eliza Samudio. Minha solidariedade aos familiares dela, diante da crueldade da qual foi vítima e que choca o Brasil.
Bruno, como centenas de outros jogadores, ídolos do futebol brasileiro, saiu da pobreza extrema direto para uma riqueza com a qual jamais sonhou. Sem escalas, partiu da fome e chegou à opulência proporcionada por renda mensal em torno de R$ 200 mil.
Faltou-lhe assistência psicossocial e estou cada vez mais convencido de que o futebol brasileiro precisa evoluir para que os clubes sejam obrigados a oferecê-la aos seus jogadores.
Ídolos são modelo de comportamento. Não é à toa que os carrões, as modelos e as orgias se tornaram aspiração nacional. Grande parte dos jogadores, quando adquire fama e ganha dinheiro, esquece a bola e passa a correr atrás dessas coisas.
Estamos vendo o menino Neymar, atacante do Santos, nascer para a fama. Alguém pode mensurar o tamanho da estrutura psicológica necessária para lidar com isso? É uma incógnita. Os clubes geralmente são pegos no contrapé por situações assim.
A cada vez que o goleiro Bruno aparece fico impressionado com o rosto impassível, a forma fria com que ele parece lidar com a atual situação. Passa-me a impressão de que a ficha não caiu e só vai cair quando o dinheiro acabar e vierem as dificuldades.
Estou cada vez mais convencido de que é necessário mais que campo, bola, equipamento e traves para se jogar futebol de alto nível. É preciso escola, estrutura moral, civilidade, clareza quanto ao papel a ser desempenhado junto à sociedade.
Diante da maldade que parece ter sido praticada por Bruno, a sociedade começará a se indagar se ele não pode ser um a mais, num contexto muito mais amplo. Craques como Cacá, do Real Madrid, religioso e bem casado, não merecem ter a imagem misturada aos crimes a ele atribuídos, com o fantasma da dúvida sobre quantos outros ídolos do nosso futebol são também uma bomba prestes a explodir.
O argentino Maradona, dependente químico assumido, luta contra as drogas. Bruno parece se ter deixado levar por elas e pela fartura de dinheiro que conquistou na profissão. São casos que mancham a beleza plástica das grandes jogadas e o talento que enleva a tantos, responsáveis por manter acesa a chama do esporte mais admirado do mundo.
Os que não enveredam por esse caminho precisam de ajuda para se manter firmes e incólumes. É em nome deles que o Brasil, maior celeiro de craques do planeta, precisa agir com rapidez.
O futebol é caro demais ao povo brasileiro. Estamos diante do desafio de sediar uma Copa do Mundo, honra que nos coloca como vitrine internacional. É preciso fazer algo para curar a mancha provocada pelos crimes atribuídos a Bruno ou corremos o risco de até mesmo fechar o próspero mercado de jogadores para os brasileiros, o que seria desastroso.
Bruno é um caso a pensar. Seria uma exceção? Não é o que transparece do noticiário futebolístico. E mesmo que fosse, não deixaria de ser lamentável. A massa torcedora está chocada ao perder o ídolo e ganhar mais um vilão das páginas policiais. Cuidemos para que essa tragédia fique por aí.
Agora que percebi, vi a foto do Artur e creditei-lhe o post. Se não foi ele que escreveu e foi o Sarafa, ta ótimo. Detalhe: Não sou flamenguista e “terei“ de votar no Sarafa.
Admiro a preocupação do nobre Senador sobre questões envolvendo atletas que ascenderam de forma meteórica no mundo da fama, em particular o goleiro Bruno, do Clube de Regatas Flamengo.
O que me deixou deveras preocupado, foi a forma com que o mesmo se posicionou em relação ao caso, como se o processo já houvesse transitado em julgado e Bruno já estivesse sido julgado e condenado.
Que eu saiba, foi na data de ontem (29/07) que a polícia de Minas Gerais deu por concluído o inquérito e comunicou que os envolvidos seriam indiciados. Isso mesmo, indiciados, pois o que ocorre são apenas indícios de sua participação de até mesmo do paradeiro da Sr.ª Eliza Samúdio, baseado apenas em depoimentos, diga-se de passagem, um tanto quanto contraditórios. Penso que devemos ter muito cuidado ao nos pronunciarmos sobre esses fastos, pois estamos lidando com a vida de pessoas que possuem uma imagem a ser preservada.
Belo comentário Senador Arthur, caso a Vanessa Grazziotin vença, o que provavelmente acontecerá, poderás escrever na página de esportes do Diário do Amazonas. O ruim vai ser a falta do cafezinho do Senado e aquele gosto de balata na boca.