Presidente da empresa afirma que brasileiros ‘não trabalham tanto, pois estão num paraíso’
Transcrito da FOLHA DE SÃO PAULO, por FABIANO MAISONNAVE
DE PEQUIM
O presidente da Foxconn, o taiwanês Terry Gou, afirmou que o Brasil é uma “terra cheia de potencial”, mas ressalvou que o país oferece “apenas” o mercado local e ainda exige transferência de tecnologia.
“Temos três fábricas no continente chinês, e cada uma ocupa 5 km²”, disse Gou na terça-feira, durante programa de TV em que interagia com jovens de Taiwan.
“Tem gente que diz que é preciso dispersar os negócios. Também quero dispersar, mas o Brasil apenas me oferece o mercado local, de 190 milhões, e ainda é preciso transferir tecnologia.”
Apesar da crítica, Gou, que vestia jeans, camisa polo e jaqueta de couro, mostrou-se otimista com o Brasil. Ao falar que é um país com “potencial”, perguntou aos estudantes: “Quem daqui quer ir ao Brasil? Vocês podem se registrar comigo, sério. Vou lhes dar o meu e-mail”.
O presidente da Foxconn afirmou ainda que os brasileiros “não trabalham tanto, pois estão num paraíso”. E o país, em comparação com Taiwan, “não conta com tecnologia avançada”: “Estou treinando os brasileiros, dando as tecnologias para eles”.
“Há muitas possibilidades no Brasil. Podemos transportar os recursos para Taiwan, e é o que estou fazendo”, afirmou. “A presidente Dilma Rousseff quer muito modernizar o Brasil, que exporta mais matéria-prima, como a antiga Taiwan exportadora de bananas, para um país que vende mais produtos como semicondutores.”
Em referência à transferência de tecnologia, Gou disse ainda não acreditar que o país será concorrente da Foxconn na China ou nos EUA. A empresa é fornecedora de empresas como Apple e HP.
A intenção da Foxconn de fazer um grande investimento no Brasil foi revelada em 2011, em visita de Dilma à China. O investimento do projeto, voltado à construção de telas sensíveis ao toque, chegaria a US$ 12 bilhões.
Na semana passada, Eike Batista, sócio do empreendimento no país, disse que uma unidade da empresa seria instalada em Minas Gerais.
Comentário meu: É bom alguém explicar ao chinês que preside a FOXCONN que o Brasil é um país que respeita os direitos trabalhistas e considera como trabalho escravo o que eles fazem na China. Temos até uma Justiça especializada, a do Trabalho, para pacificar as relações entrre capital e trabalho. Senão ele vai querer colocar todo mundo aqui em ordem unida.