O Brasil tem as maiores taxas de juros do mundo. Durante um bom tempo, a taxa básica do Banco Central, a SELIC (Sistema Especial de Liquidação e de Custódia), que é a taxa que remunera a dívida pública, foi apontada como a grande vilã. Ela é definida pelo COPOM (Comitê de Política Monetária do Banco Central).
Hoje o novo vilão é o “spread” que é a diferença entre a taxa que os Bancos pagam aos donos do dinheiro da que eles cobram dos que lhes pedem o dinheiro emprestado. Também aí, o Brasil é o campeão do mundo.
As duas taxas pressionam os juros. Hoje, por conta da crise, a tendência da SELIC é cair e na última reunião do COPOM caiu um ponto percentual. Na próxima reunião espera-se que continue caindo. Isso, no entanto, não reduziu os juros. Daí os ataques ao “spread”. Os Bancos alegam que a inadimplência, ou seja , no popular, o calote e os impostos são os maiores responsáveis pela manutenção do “spread” elevado.
Uma pergunta, no entanto, não quer calar. Porque as taxas dos bancos públicos são bem mais altas do que muitos bancos particulares? Os que defendem essas taxas nos bancos públicos alegam que eles têm ações no mercado, devem satisfações aos acionistas e precisam ganhar dinheiro para serem competitivos. Aí vem outra pergunta dos que defendem a saída do Estado do setor financeiro: se é assim, para que banco público?
Nem tanto ao mar, nem tanto a terra. O banco público não pode emprestar dinheiro a juros negativos, senão quebra, mas ele deve estar a serviço da política maior do governo e como tal, neste momento, deve induzir a baixa dos juros.
Agora acesse este link do Banco Central e veja as taxas de juros dos bancos brasileiros. E compare as taxas dos bancos públicos com as dos bancos privados.
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