O Bolsa Família é um programa de inclusão social de largo alcance, mas que sofre preconceito dos que dele não precisam.É bom e inclusivo, mas as pessoas sabem pouco a seu respeito. Todos pensam, por exemplo, que ele é um programa federal, mas ele não existiria senão fossem os municípios, fundamentais em sua operacionalização e resultados a médio e longo prazo.
Começa pelo cadastro das famílias que preenchem os requisitos para entrar no programa, responsabilidade das prefeituras. Depois a bola passa para a Caixa que paga a bolsa todos os meses, mas no ano seguinte a família só continua a receber se os meninos estiverem na escola e vacinados. Ou seja, ensino e saúde básicos, também responsabilidade das prefeituras. O mérito, porém, fica só com o Presidente, embora o maior ônus seja dos prefeitos e isso não é nem notado.
A vida da criança vacinada e que vai a escola tende a mudar para melhor. Isso é o mais positivo, mas que sequer é registrado.
Quando se fala em corte no Orçamento, a primeira coisa que vem a mente de pessoas que não têm essas informações é “cortar o Bolsa Família”. Para traduzir em números, o orçamento global é algo em torno de 3 trilhões de reais e o Bolsa Família corresponde a 12 bilhões, ou seja, a 0,4% do total da Receita. Uma merreca, como diria o popular.
Defendo o corte em outra Bolsa, a Bolsa BNDES, cujo valor é de 38 bilhões que sai dos tributos arrecadados e vai para o BNDES para ser emprestado a juros de 6,25% ao ano a empresas escolhidas a dedo para serem campeãs em seus setores. Essa poucos conhecem, mas ela existe.
( Republicado do DEZ MINUTOS)