Por Arthur Virgílio Neto
Conheci Maria Rita “pessoalmente” pelo twitter. Já havia lido sobre ela nos jornais: corretora de imóveis que rala muito, apesar disso é atleta de altíssimo rendimento, ultramaratonista que correu 177 km na Serra da Mantiqueira e 217 km em Nevada, afora outras provas dificílimas, de maratona para cima, descansando numa ou noutra São Silvestre.
Não faz musculação nem alongamento. Seu treino é correr e correr. Disse-me que o Homem nasceu para nadar e caçar. Daí a corrida atrás do que comer ou para não ser devorado.
Brinquei dizendo que suas características são tão excepcionais que ela não serve de exemplo para outros atletas. Afinal, quem corre muito sem muscular tende a sofrer lesões. Quem não alonga, ídem.
Incrível como ela não é uma celebridade no Amazonas. Ainda não aprendemos a dar valor aos nossos heróis e heroínas. Jefferson Mascarenhas, por exemplo, ex-campeão de nado e triatleta quarentão, luta sozinho, sem patrocínio, assim como patrocínio fixo também não tem Maria Rita.
Cabocla de Itacoatiara, cresceu subindo em árvores e percorrendo grandes distâncias a pé. Hoje, pedala também.
Convidou-me a participar do “Pedala Manaus”, evento que vem crescendo muito, patrocinado por algumas empresas e, pelo que vi, ainda não pelo Governo estadual e/ou Prefeitura de Manaus. Sobre isso alerto o querido Secretário Fabrício Lima, esportista de primeira linha, ciclista que, nadando e correndo também, é excelente triatleta.
Compareci na última terça feira, saindo do posto em frente ao INPA e percorrendo alguns quilômetros até a parada no Teatro Amazonas. Depois, trânsito mais ameno (a saída foi às 21 horas), tornamos ao ponto de partida, em clima de confraternização.
Suponho que o total nem chegou a 20 km. Algumas subidas se mostraram exigentes. O mais foi cobrir o percurso pela direita, em filas de duas bicicletas. O objetivo não era competir e sim curtir a noite, que não estava calorenta, passear um pouco pela Manaus antiga. Lembrei-me de Jefferson Peres, que jamais andaria de bike, mas amava o Centro Histórico, saudável obsessão que passou para seu filho Roger.
O objetivo do “Pedala”, segundo seu Presidente Juliano, é mostrar que a bicicleta pode ser útil como meio de transporte, além de fazer enorme bem à saúde. Para isso, são necessárias ciclovias e boa campanha de esclarecimento aos motoristas, instando-os a respeitar os ciclistas.
Qualquer terça feira dessas voltarei a acompanhar os mais de 100 jovens – um deles, de 51 anos, é campeão de trilhas radicais sem limite de idade para baixo – que exercitam seu amor pelo esporte e por Manaus.
Publicitário por um dia: não use drogas. Pedale.
*Diplomata
