De acordo com a FAO, mais de 125 países se dedicam ao cultivo da banana. Em alguns deles, a atividade se destaca como uma das principais fontes de arrecadação e geração de emprego e renda. O continente asiático lidera a produção dessa fruta, com 58% do volume produzido; o americano vem em segundo lugar, com 26% (América do Sul, com 17% e a América Central, com 8%); e o africano, em terceiro lugar, com 14%. A Índia lidera a produção de banana no ranking mundial, sendo responsável por 28,1%. A China, com 10,1%, vem em segundo lugar, seguida pelas Filipinas, com 8,6%; Equador, com 7%; Brasil, com 6,9%; e Indonésia, com 5,8%.
A banana assume a primeira posição no ranking mundial das frutas, com uma produção de 106,5 milhões de toneladas. O Brasil, de acordo com dados do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPD), do IBGE, 2015, produziu 7 milhões de toneladas – 6,9% do volume mundial. A região Norte respondeu por 1 milhão de toneladas, destacando-se como maiores produtores os estados do Pará – 587,0 mil t, Acre – 112,8 mil t, Roraima – 96,0 mil t, Amazonas, com 92,5 mil t e Rondônia – 77,2 mil toneladas.
Estudos da FAO demonstram que a banana é a segunda fruta mais consumida no planeta, com 11,4 kg/hab/ano, perdendo apenas para a laranja, com 12,2 kg/hab/ano. O maior consumidor é o continente americano, com 15,2 kg/habitantes/ano, destacando-se a América do Sul, com 20 kg/habitantes/ano e a América Central, com 13,9 kg/habitantes/ano (FAO, agosto 2013). Dentre as frutas in natura comercializadas nos principais centros consumidores mundiais, a banana apresenta o maior movimento financeiro, seguida por uva, maçã e laranja.
Segundo a Embrapa/Cpaa há, no Amazonas, indícios de retomada do cultivo e produção de bananas “graças ao uso de tecnologias que permitem produzir em áreas mesmo com a presença de doenças graves para o cultivo, como a sigatoka-negra. O plantio de cultivares resistentes às principais doenças associado ao manejo adequado e à adoção de técnicas recomendadas pela Embrapa são alguns dos fatores que têm permitido o aumento de produtividade”. Nos últimos anos as lavouras do Estado têm sofrido grandes perdas em decorrência do ataque de doenças e devido a variações de enchentes e secas. A Embrapa, não obstante, confia que “no instante em que os agricultores passarem a usar tecnologias de ponta, como fertilizantes, cultivares resistentes e técnicas de manejo que viabilizam a produção, passarão a auferir resultado diferenciado, com produtividade que vai até o dobro da média do Estado e garantia de renda”.
Segundo o IBGE, a produção de banana no Amazonas foi de 54.610 toneladas em 2014, passando a 92.557 toneladas em 2015. Embora contribua com pouco mais de 1% para a produção nacional da fruta, informa a Embrapa, “a retomada da produção no Estado é importante para a segurança alimentar e geração de renda local, principalmente por ser um fruto que está na base alimentar da população e a atividade envolver agricultores familiares de portes pequeno e médio”.
De modo geral, variedades como banana maçã, prata e pacovã estão praticamente banidas do mercado devido a sigatoka negra e ao mal-do-Panamá, duas das principais doenças que inviabilizaram a cultura em muitas áreas da região. Novas variedades, como a FHIA 18 (do grupo prata); a Thap Maeo (do grupo maçã); e a FHIA 17 (grupo próximo à nanica, ou nanicão), desenvolvidas com alta tecnologia pela Embrapa no Amazonas, Acre e Rondônia estão substituindo em diversas unidades da Amazônia as variedades tradicionais. Os novos cultivares, resistentes a elas, gozam da extraordinária vantagem de proporcionar redução de custos com aplicação de fungicidas, mão-de-obra e equipamentos para controlar a doença, além de evitar a contaminação do meio ambiente e o risco de exposição de trabalhadores rurais e consumidores a agrotóxicos. Vantagens que implicam diretamente no aumento de renda do produtor e no crescimento da economia regional.
Manaus, 25 de maio de 2016
Osiris Silva , ECONOMISTA, osirisasilva@gmail.com