Realizou-se, de 5 a 7 de novembro passado, em Brasília, o 1º Congresso Brasileiro de Gestores da Agropecuária. Respaldado pelo tema “É nos municípios que se produz o desenvolvimento”, o evento contou com o patrocínio do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa)l, Confederação Nacional dos Municípios (CNM) e Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária (CNA), e o apoio do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), da Associação Brasileira das Entidades Estaduais de Assistência Técnica e Extensão Rural (Asbraer) e da Organização das Cidades Brasileiras do Patrimônio Mundial (OCBPM).
O Congresso reuniu prefeitos, secretários municipais de agricultura, extensionistas rurais, representantes de sindicatos de produtores rurais de todo o Brasil e demais profissionais do agro, e teve por objetivo debater e integrar as políticas públicas da União, dos estados e dos municípios para o setor. Fazendo-se acompanhar do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, e do ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, no discurso na abertura do evento a ministra Tereza Cristina, do Mapa, informou que a assistência técnica será priorizada no ano que vem. “A assistência técnica será meu maior desafio à frente do Ministério da Agricultura”. Inconcebível a verificação do estado de pobreza rural espalhada por todo o Brasil num mundo 4G, observou a ministra.
Para o presidente da CNA, João Martins, novos desafios que estão colocados para o agro.Neste novo mundo, as tecnologias precisam chegar aos produtores por meio de assistência técnica; e, para ampliar as ações no campo, afirmou, é fundamental a cooperação entre vários agentes, como governo e instituições privadas. A salientar que a assistência técnica para os novos tempos será muito mais do que introduzir novas formas de produção, Martins afirmou: “Será, acima de tudo, qualificar os produtores para a gestão do seu negócio, para dar o melhor uso a seus recursos, para perceber as oportunidades de mercado, para administrar seus custos e para conectar-se às redes econômicas a que precisa se integrar”. E destacou, em sua fala, que o Brasil tem capacidade de incorporar ao ambiente moderno e produtivo pelo menos um milhão de produtores “por meio de políticas públicas e da ação das instituições não estatais que operam no universo do agro”.
Desta forma, o desafio que o país tem a partir de agora é inserir o maior número possível de produtores na moderna agropecuária, criando no campo “uma economia mais igual e mais inclusiva”. Ao lembrar que cada época tem seus próprios desafios, Martins enfatizou que, “nas três últimas décadas do século 20, este desafio foi a invenção da agropecuária moderna total, a partir da integração entre universidades e da ciência com os novos empresários rurais que “emergiram para transformar um setor improdutivo e estagnado numa das maiores máquinas de produção agrícola de todo o mundo”. Em seguida, destacou o desafio de inserir a agropecuária brasileira no mundo, o que exigiu níveis de produtividade e de cuidados ambientais que tornaram o Brasil um país competitivo em escala global para alcançar os mercados mais longínquos e exigentes.
Hoje, segundo Martins, “o setor agropecuário é o mais dinâmico da economia brasileira, tanto em suas taxas de crescimento da produção e das vendas externas, como em avanços tecnológicos e em inovação. Nossa produção rural sustenta o equilíbrio das contas externas e alimenta as diversas cadeias do agronegócio, que dão vida ao conjunto da economia, mesmo em tempos de crise”. Particularizando a questão, o Amazonas precisa dar esse salto. Evoluir, do assistencialismo populista, ilusório, inócuo, de curtíssima duração, para a adoção de políticas públicas de longo prazo calcadas na pesquisa, no ZEE e na assistência técnica de qualidade e confiabilidade.