“O Brasil tem um enorme passado pela frente” – Millôr Fernandes Roberto Amaral O novo ano coloca na ordem do dia as comemorações do bicentenário da Independência, e seu marco é o grito do 7 de setembro, mais relevante na tela de Pedro Américo do que na costura política do
Autor: Serafim Corrêa
A DECADÊNCIA DO ESTADO BRASILEIRO
Nunca tivemos um estado modelar, mas tivemos sucesso, embora nem sempre duradouro, em alguns setores. Nos últimos tempos, entretanto, percebe-se um processo contínuo e crescente de degradação institucional. Neste artigo, aponto algumas evidências dessa degradação, para a qual concorrem fortemente o corporativismo e o arbítrio. O poder pessoal conferido a
Axé Brasil 2022 (1)
O Brasil encontra-se dividido “entre pessoas que pensam como nós (os bons, inteligentes e honestos) e as que pensam diferente de nós (os maus, burros, corruptos)”. A frase, citada aqui e ali, mesmo sem origem e autoria definidas, no fundo revela perigoso grau de intolerância e clivagem social que vem
Num certo palácio, a ceia do amigo oculto
“Que o entusiasmo conserve vivas / suas molas,/ e possa enfim o ferro / comer a ferrugem / o sim comer o não”. (João Cabral, Cartão de Natal. 1994) Naquele palácio desenhado por um arquiteto comunista, com colunas “leves como penas pousando no chão”, eram treze as pessoas na última ceia
Lula para quê?
Em carta a Celso Furtado, escrevendo nos idos de 1967, Florestan Fernandes observava que “No Brasil, desde a Independência, as reformas liberais sempre precisaram da chancela dos conservadores” (Celso Furtado, Correspondência intelectual). Aduzo que essas reformas, nem sempre modernizantes, sempre implicaram a conciliação com o atraso, impedindo as reformas essenciais,