Será que tem uma viva alma por aqui que creia que quem estava nesse avião era mesmo somente o assessor do governador? Ou será que alguém cogita a hipótese dele estar assessorando alguém?
No Rio de Janeiro, o Ministério Público de lá faz a maior confusão por conta da viagem internacional do Prefeito Marcelo Crivela. Já, por aqui, relembrando Castro Alves pergunta-se:
MP! ó MP! onde estás que não respondes?
Em que mundo, em qu’estrela tu t’escondesPor anda o Ministério Público do Amazonas? Comeu abiu? Abiu verde?
Serafim Corrêa
Fonte: D24AM
Bruno Henrique Sabbá de Paula ostentou, em redes sociais, imagens da viagem em jatinho particular ao Peru e ao Chile, no carnaval, dias após ser nomeado para o Gabinete do governador
Álisson Castro / redacao@diarioam.com.br
Manaus – O assessor do Gabinete Pessoal do governador Amazonino Mendes, Bruno Henrique Sabbá de Paula, ostentou, em redes sociais imagens de uma viagem em um jatinho particular para pontos turísticos no Peru e no Chile, no carnaval. Bruno foi nomeado, em janeiro, para a Casa Civil com lotação no Gabinete do governador. Antes, era assessor na Casa Militar do Estado, com salário de R$ 5.229 ao mês, segundo dados do Portal da Transparência do governo do Estado.
Nas imagens publicadas no Instagram, Bruno de Paula se exibe em um jato semelhante ao utilizado pelas autoridades do Estado, entre elas, o governador, um bimotor turbo fan (jatinho), como o do contrato que o Estado tem com a Rico Táxi Aéreo, empresa a quem o governo estadual pagou R$ 19,8 milhões por prestação de serviços de aluguel de aeronave, no ano passado. E com a qual o Estado pagou, em 31 de janeiro deste mês, R$ 588.575,00, como reconhecimento de dívida de locação de aeronaves.
No Instagram, o assessor de Amazonino mostra descontração nas viagens turísticas realizadas menos de um mês após a nomeação para o gabinete pessoal do governador, inclusive em visitas ao bairro de Miraflores, local considerado dos mais luxuosos e turísticos da cidade de Lima, capital do Peru. Lima é descrita pelo assessor como “a cidade mais europeia da América Latina”.
Em outra postagem nas redes sociais, Bruno mostra uma imagem da cabine do jatinho em que estava. Em outra postagem, mostra uma imagem do pôr do sol e escreve: “Lima é muito mais bela do que todos imaginam. Os brasileiros querem saber de USA (sic) e esquecem que nossos vizinhos não são como ‘nós’. Lima possui característica europeias, americanas, uma cidade exemplar”, afirmou.
Segundo postagens feitas no Facebook, Bruno estava em Lima no último dia 10 e, em Santiago do Chile, no último dia 12, na época do carnaval. Período em que Manaus enfrentava casos de violência, com registros de mortes em diversas áreas da cidade.
Em uma imagem no Facebook, o assessor demonstra seu apoio à candidatura do deputado federal Jair Bolsonaro à Presidência da República. O deputado é conhecido pelas polêmicas em que se envolve, acusado de dar declarações homofóbicas e racistas.
A REDE DIÁRIO DE COMUNICAÇÃO (RDC) perguntou à Secretaria de Estado de Comunicação (Secom) sobre o paradeiro de Amazonino Mendes, no período carnavalesco. O órgão não informou.
Caso Prodente
A primeira nomeação de Bruno para um cargo no governo de Amazonino, em outubro do ano passado, trouxe à tona seu envolvimento no caso conhecido como Prodente, escândalo denunciado, em 2008, pelo Ministério Público Federal (MPF), em que a Fundação Dentária do Amazonas (Prodente), bancada com dinheiro público, foi usada para compra de votos em troca de atendimento odontológico.
A fundação, criada por Nelson Azêdo, mantinha um convênio com a Secretaria de Estado de Saúde (Susam). O convênio é de 2001, no governo de Amazonino Mendes, quando o secretário era Francisco Deodato, que voltou a ocupar a pasta.
Em 2015, Azêdo e o filho, o ex-vereador Nelson Amazonas, foram condenados pela Justiça Eleitoral a sete anos de prisão, em regime semiaberto, pelos crimes de corrupção eleitoral e peculato.
Bruno Henrique Sabbá, à época, era assessor parlamentar de Nelson Azêdo e revelou, em depoimento à Polícia Federal, que o cadastro na fundação era feito mediante a apresentação de carteira de identidade, CPF e título de eleitor.
De acordo com o MPF, com o propósito de conferir aparente legalidade ao esquema fraudulento, Sabbá desempenhava a função de presidente da Prodente.