As manchetes desta quinta pelo Brasil

O Globo: Governo vai taxar poupança e incentivar aplicação de fundos

Cadernetas com saldo acima de R$ 50 mil vão pagar IR em 2010

Os saldos em poupança acima de R$ 50 mil ficarão sujeitos a Imposto de Renda em 2010, enquanto a tributação sobre os fundos de investimento deverá cair até o fim deste ano de 22,5% para 15%. A taxação da poupança, que ainda terá de passar pelo Congresso, atingirá 1% das contas e 41% do total de recursos (R$ 110 bilhões). O objetivo do governo é impedir que grandes aplicadores migrem dos fundos para as cadernetas em busca de rendimentos maiores e isenção fiscal – como é hoje – no momento em que os juros básicos (Selic) caem. Para especialistas, no entanto, a medida não enfrenta a questão da indexação do sistema financeiro. O governo teria optado por não arcar com o custo político de mexer na Taxa Referencial (TR) e montado uma engenharia financeira para mostrar que só vai onerar investidores de grande porte.

————————————————————————————

Folha de S. Paulo: Governo propõe taxar poupança

Se o Congresso aprovar, cobrança de Imposto de Renda sobre aplicações acima de R$ 50 mil começa em 2010

Pela primeira vez desde os anos 90, o governo propôs a tributação dos rendimentos da poupança pelo Imposto de Renda. A medida – que precisará passar pelo Congresso – pretende desestimular a migração de grandes investidores para a caderneta diante da queda da taxa de juros básica, a Selic.

Com a redução do juro básico para 1,25% ao ano, a poupança, que não é tributada nem cobra taxa de administração, ficou mais atraente que os fundos de investimento. A perda de investidores nos fundos comprometeria o refinanciamento da dívida em títulos do governo, de R$ 1,264 trilhão.

————————————————————————————

O Estado de S. Paulo: Governo quer impor IR para poupança acima de R$ 50 mil

Saldo inferior permanece isento de imposto; medida atinge 40,8% dos depósitos

O governo apresentou proposta, a ser submetida ao Congresso, pela qual os rendimentos da poupança superiores a R$ 50 mil, atualmente isentos, passarão a pagar Imposto de Renda a partir de 2010. A tributação vai variar conforme a Selic – a taxa básica de juros da economia – e a renda do poupador. Segundo o governo, as medidas preservam 99% dos poupadores. As contas com valor acima de R$ 50 mil são apenas 1% do total, mas respondem por 40,8% do saldo aplicado nas cadernetas. São R$ 110,5 bilhões, num universo de R$ 270,7 bilhões. Segundo o ministro da Fazenda, Guido Mantega, o ajuste visa a “impedir que grandes investidores migrem para a poupança e distorçam esse instrumento tradicional”. Críticos das mudanças lembram, porém, que o tributo atingirá, por exemplo, quem, ao vender um imóvel para comprar outro, guardar o dinheiro na poupança até realizar novo negócio.

————————————————————————————

Jornal do Brasil: Fundos pagarão menos imposto

Governo anuncia ainda taxação de poupanças acima de R$ 50 mil

Pressionado a mexer nas regras de caderneta de poupança e aumentar a atratividade dos fundos de investimento, o governo decidiu (ilegível) o saldo da poupança que superar R$ 50 mil e reduzir a alíquota máxima de Imposto de Renda sobre a rentabilidade dos fundos de investimento e de ações. Especialistas aprovaram com ressalvas as medidas anunciadas ontem pelo Ministério da Fazenda e pelo Banco Central. A oposição vai tentar revogar no Congresso a tributação das cadernetas.

————————————————————————————

Correio Braziliense: Lula taxa poupança. Entenda as mudanças

Quem tem caderneta de poupança com saldo maior do que R$ 50 mil passará a pagar Imposto de Renda sobre os rendimentos a partir do ano que vem. A decisão foi anunciada pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, e tenta tirar o governo de uma sinuca de bico. Isso porque o Banco Central vem reduzindo a taxa de juros, hoje em 10,25% ao ano, e se via impedido de seguir a trajetória sob pena de bilhões de reais aplicados em fundos de investimento migrarem para as velhas cadernetas. Tal movimento criaria um grande problema para o país, já que o dinheiro dos fundos compra os títulos com os quais o Tesouro Nacional financia a dívida pública. Se a bolada acabasse toda atraída pelo ganho de 6% mais TR oferecido pela poupança, não haveria como rolar a enorme dívida do governo, que se veria em apuros para pagar as próprias contas. A taxação não vai onerar os pequenos poupadores e abarcará menos de 1% dos investidores da poupança.

————————————————————————————

Valor Econômico: Câmbio volta a ameaçar ganhos de exportadores

Com a valorização do real, o exportador brasileiro de manufaturados perdeu sua última arma competitiva para vender em um mundo onde a demanda está fraca e os preços, em queda. Com o dólar perto de R$ 2, a rentabilidade se aproxima do menor nível desde a década de 80. Em abril, a margem média dos exportadores encolheu 6% em relação a março e 23% ante outubro de 2008, aponta cálculo preliminar da Fundação Centro de Estudos do Comércio Exterior (Funcex).

O câmbio favorável é fundamental para tomar de mercado de concorrentes em uma disputa que se acirrou diante do consumo retraído. Uma das maiores exportadoras de móveis do país, a Artefama voltou a ganhar mercado nos EUA com o dólar a R$ 2,30, conta o presidente da empresa, Álvaro Vaz. “Estamos reconquistando o mercado americano. Se o dólar ficar abaixo de R$ 2,20, os chineses vão retomar esse espaço”, diz. A participação dos EUA nas vendas externas da Artefama atingiu 20% este ano, acima dos 10% a 15% de 2008.

“Vendemos tudo em menos de um mês”, diz Luiz Carlos Oliveira, diretor do site. Os asiáticos são os grandes provedores das parafernálias de espionagem, a preços cada vez menores. Uma câmera oculta fabricada na Ásia ficou 50% mais barata no último ano. (págs. 1 e B3)

————————————————————————————

Gazeta Mercantil: Dólar em baixa ajuda a renegociar derivativos

As empresas que ficaram expostas à variação do dólar em contratos de derivativos e acabaram registrando perdas milionárias na alta da moeda no segundo semestre de 2008 conseguiram uma nova oportunidade para minimizar danos. Com a trajetória inversa da moeda, que caiu de R$ 2,371 em fevereiro (cotação de fechamento) para R$ 2,105 na cotação de ontem, muitos bancos estão aceitando renegociações.

Para Luis Carlos Pascual, sócio do escritório César e Pascual Advogados, este é o melhor momento para rever condições. O advogado, que renegocia contratos de derivativos cambiais para nove clientes, afirma que os descontos têm sido concedidos em até 50% sobre o montante da dívida e com média de 30% sobre a taxa de juros, para os contratos ajustados pela Libor.