Insensibilidade e interesses politiqueiros transformaram o trânsito de Manaus em um caos.
Tentei alertar da Tribuna da Câmara que a realização ao mesmo tempo da obra do viaduto do Coroado e da passagem de nível da Umberto Calderaro (antiga Paraíba) com a Efigênio Sales (V-8) era uma temeridade porque criaria restrições e suspenderia o tráfego em duas das principais vias de escoamento no sentido centro-bairro.
Pedi bom senso ao Secretário de Obras, alertando que a obra da Paraíba só deveria começar após a conclusão do viaduto do Coroado, e tentei realizar uma audiência pública com o Secretário, autoridades do trânsito e transporte e o Ministério Público para debater o impacto no trânsito da área, além de solicitar cópia do estudo de impacto da obra, tudo em vão. Prevaleceu a arrogância e os interesses mesquinhos.
Sexta-feira passada (19.06) foi o primeiro dia de interdição. Não bastasse o efeito natural da obra, a estupidez fez com que as mudanças fossem iniciadas numa sexta-feira, dia de maior fluxo de carros, o que tornou um estorvo a vida das pessoas que voltavam para casa depois de uma semana dura de trabalho.
Resultado. Manaus parada por um trânsito caótico fruto da irresponsabilidade de gestores que colocam seus interesses políticos acima do interesse do povo.
O trânsito está para a cidade, como as veias estão para o corpo humano, se essas entopem o sangue não circula e coração pára causando a morte. Assim é o trânsito, se ele pára as pessoas não conseguem chegar aos seus destinos ou desistem de sair de casa, e a cidade, com impacto arrasador na vida de cada um, mas, em especial, devastador na atividade econômica, também pode morrer.
Mas agora a solução está próxima. Um médico cardiologista foi “importado” de Belém-PA e acaba de ser nomeado Vice-Presidente do Instituto Municipal de Transporte e Trânsito – IMTT. Para um trânsito de dar nos nervos, nada mais adequado!
Marcelo Ramos é advogado e vereador pelo PCdoB. www.vereadormarceloramos.com.br