O ataque a mim, e ao mandato que o povo amazonense me concedeu, tinha dois objetivos. O primeiro, e mais óbvio, era de calar o principal oposicionista à permanência do senador José Sarney na presidência da Casa. E, também, buscava quebrar minha disposição de reformular a legislação, defendendo a instituição Senado Federal e a probidade do sistema político brasileiro.
Nada disso funcionou. O tiro saiu pela culatra.
Nem mesmo o presidente do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar, senador Paulo Duque, que arquivou todos os processos contra o presidente Sarney, foi capaz de manter a insensatez do pedido de cassação do meu mandato. Mas há a tal “tropa de choque”, tentando artificializar recurso contra mim. Se eu não recorresse contra Sarney, como recorri, não recorreriam contra mim. Recorri e eles recorreram. Que venham.
Entreguei à mesa, em outra frente, Projeto de Resolução impedindo a nomeação para o Conselho de Ética de senadores que respondam a processos judiciais, em quaisquer instâncias, por crimes contra o patrimônio, a administração e as finanças públicas.
Apresentei também 18 emendas, visando a aperfeiçoar o projeto de lei originário da Câmara dos Deputados que modifica a legislação sobre partidos políticos e normas eleitorais. A mais extensa é a que diz respeito à manutenção de sedes partidárias, pagamento de pessoal, estudos, pesquisas, doutrinação e educação política.
Entro em detalhes, buscando ampliar o direito de voto de eleitores em trânsito, estabelecendo que nos municípios com mais de 200 mil habitantes sejam instaladas urnas para esse fim; promover e difundir a participação política feminina; permitir que órgãos estaduais e municipais dos partidos registrem eventuais alterações e livros contábeis no Registro Civil das pessoas jurídicas de suas sedes; garantir o fórum da Capital do País para demandas contra os órgãos nacionais dos partidos políticos; estabelecer “prazo razoável” para a regulamentação das regras referentes à abertura e utilização das contas bancárias de campanha, a fim de que, ao iniciar-se o processo eleitoral, os candidatos já possam arrecadar e despender recursos.
Não calei. Não parei de legislar. A chantagem esbarrou em minha convicção democrática, no espírito público que pauta minha vida e, principalmente, no apoio que me foi oferecido pela sociedade civil e a população em geral – manifestado nas ruas e nos mais de 3 mil e-mails diários que recebi, nas últimas duas semanas.
Falaram em “pacto” para livrar-me e também ao presidente Sarney. Chegaram a chamar isso de “acordão”. Pois bem, o “acordão” que firmei esta semana foi com os dirigentes de Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e a Associação Brasileira de Imprensa (ABI), para melhorar o padrão ético da política brasileira. De todas elas recolhi expressivo e comovente entendimento.
Grato ao Brasil e grato ao Amazonas, pelo apoio inesquecível, estou de pé. Firme, como sempre.